Temendo a Coreia do Norte, Pequim, Tóquio e Seul se reúnem na Ásia

© REUTERS / Kim Hong-JiTelevisão sul coreana transmite imagens dos lançamentos de mísseis efetuados pela Coreia do Norte, no dia 28 de novembro de 2019
Televisão sul coreana transmite imagens dos lançamentos de mísseis efetuados pela Coreia do Norte, no dia 28 de novembro de 2019 - Sputnik Brasil
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O espectro do novo confronto entre Pyongyang e Washington paira sobre as reuniões entre China, Japão e Coreia do Sul nesta semana, com riscos crescentes.

O presidente sul-coreano Moon Jae-in e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe devem se reunir com o presidente chinês Xi Jinping separadamente nesta segunda-feira. Em seguida, eles viajam para a cidade de Chengdu, no sudoeste do país, para uma reunião trilateral com o primeiro-ministro chinês Li Keqiang. Embora se deva discutir várias questões econômicas, a Coreia do Norte parece dominar a agenda.

Pyongyang ficou cada vez mais frustrado por sua interrupção nos testes nucleares e de longo alcance de mísseis não ter encerrado as sanções econômicas contra ele. A Coreia do Norte estabeleceu um prazo para 31 de dezembro para os Estados Unidos fazerem concessões, mas Washington não se moveu.

Alguns especialistas acreditam que a Coreia do Norte pode estar pronta para testar um lançamento de míssil balístico intercontinental em breve, o que provavelmente encerraria o acordo de 2018 firmado por seu líder, Kim Jong-un, e pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

"Proteger a estabilidade e a paz da península coreana e pressionar por uma solução política para a questão da península coreana são do interesse da China, Japão e Coreia do Sul", afirmou o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Luo Zhaohui, a repórteres na quinta-feira em um briefing sobre o encontro trilateral.

O enviado especial dos EUA para a Coreia do Norte, Stephen Biegun, se reuniu com dois diplomatas chineses durante sua visita de dois dias a Pequim nesta semana, após reunião semelhante na Coreia do Sul e no Japão dias antes, enquanto diplomatas fazem tentativas de última hora para impedir novos confrontos.

© AP PhotoEncontro do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong un, em Pyongyang, em 19 de setembro de 2018
Temendo a Coreia do Norte, Pequim, Tóquio e Seul se reúnem na Ásia - Sputnik Brasil
Encontro do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong un, em Pyongyang, em 19 de setembro de 2018

A Coreia do Norte ainda não respondeu à sua chamada pública para retomar o diálogo.

"O silêncio, mesmo depois do discurso da Biegun em Seul, me preocupa", afirmou Jenny Town, editora-gerente do site de monitoramento da Coreia do Norte, o 38 North, no Twitter.

Pequim, juntamente com a Rússia, propôs na segunda-feira que o Conselho de Segurança das Nações Unidas suspenda algumas sanções no que chama de tentativa de romper o impasse atual e busque obter apoio. Mas não está claro se Pequim pode convencer Seul e Tóquio a romper com Washington, o que deixou clara sua oposição e pode vetar qualquer resolução.

Embora a Coreia do Sul veja a China como fundamental para reavivar as negociações, até agora evitou perguntas sobre se apoia a nova proposta de Pequim e Moscou. O Japão, que historicamente tem sido um firme defensor das sanções contra a Coréia do Norte, também se absteve de comentar a proposta.

"Com as Olimpíadas de 2020 chegando, a Coreia do Norte enlouqueceria seria um problema para o Japão", declarou Narushige Michishita, professor do Instituto Nacional de Pós-Graduação em Estudos Políticos do Japão.

"Mas as negociações bilaterais com a Coreia do Norte, por exemplo, provavelmente serão uma abordagem melhor para o Japão do que facilitar as sanções da ONU", concluiu.

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