Japão apresenta Curilas russas no G20 como suas próprias ilhas

© Sputnik / Andrei Shapran / Acessar o banco de imagensIlha russa Kunashir, no arquipélago das Ilhas Curilas
Ilha russa Kunashir, no arquipélago das Ilhas Curilas - Sputnik Brasil
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No vídeo oficial da cúpula do G20 em Osaka, as ilhas russas Curilas do Sul são mostradas como parte do Japão.

As imagens dedicadas a Osaka, onde a cúpula do G20 ocorreu nos dias 28 e 29 de junho, foram postadas há algum tempo no canal YouTube do primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, e também estão disponíveis no site oficial da reunião.

Na gravação, é exibido um mapa do Japão com quatro das ilhas Curilas como parte do país. Como Tóquio não reconhece a soberania russa sobre as Curilas do Sul, seu mapa as retrata como fazendo parte do território japonês.

As notícias causaram uma onda de indignação na Rússia.

Apresentar as Curilas do Sul como japonesas no mapa do G20 é um gesto indelicado de Tóquio, diz Konstantin Kosachev, chefe do Comitê de Relações Exteriores da câmara alta do Parlamento russo.

"Do ponto de vista dos organizadores, considero extremamente incorreto trazer as disputas internas entre a Federação Russa e o Japão para um evento internacional como o G20", ressalta Kosachev ao Izvestia.

Além das Curilas, Tóquio também reivindica as ilhas Senkaku, disputadas pela China. Pequim tem protestado repetidamente contra as políticas cartográficas do Japão.

Entenda a situação

Moscou e Tóquio encerraram as hostilidades na Segunda Guerra Mundial sem um tratado formal de paz. Conhecidas no Japão como Iturup, Kunashir, Shikotan e Habomai, as ilhas do mar de Okhotsk foram entregues à URSS nos termos de um declaração em 1945. Desde então, Tóquio tentou reivindicar as quatro Ilhas Curilas russas, conhecidas no Japão como os Territórios do Norte.

O Japão discutiu ativamente a perspectiva de recuperar a soberania sobre a parte mais meridional do arquipélago, que inclui duas ilhas. Em novembro de 2018, Putin e Abe disseram que iriam trabalhar em um acordo de paz baseado na declaração de 1956, assinada pelo Japão e pela URSS.

O documento prevê as perspectivas de uma transferência de soberania, embora a formulação seja vaga. Ainda assim, a declaração diz que a mudança só seria possível depois que os dois lados assinassem um tratado de paz.

No entanto, Tóquio sustenta que a disputa territorial deve ser resolvida antes, enquanto que as autoridades russas têm repetidamente sublinhado que o Japão deve, antes de mais nada, reconhecer o resultado da Segunda Guerra Mundial, incluindo a soberania russa sobre as Curilas do Sul.

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