Aplicando sanções, EUA fizeram da China seu novo 'inimigo', diz especialista

© AFP 2023 / SAUL LOEB / POOLPresidente chinês Xi Jinping fala na sessão de abertura do 6º Diálogo Econômico e Estratégico entre os EUA e a China, Pequim, China, 6 de junho de 2016
Presidente chinês Xi Jinping fala na sessão de abertura do 6º Diálogo Econômico e Estratégico entre os EUA e a China, Pequim, China, 6 de junho de 2016 - Sputnik Brasil
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Ontem (21), Pequim fez uma advertência dura a Washington, após os EUA terem introduzido novas sanções devido à cooperação sino-russa na área de armamentos. Em opinião do especialista chinês Wu Dahui, estas medidas significam que os EUA inscreveram a China em sua lista de inimigos nacionais.

Em uma resposta às medidas restritivas apresentadas pela Casa Branca pelo fato da China ter comprado a Moscou sistemas de mísseis S-400 e caças Su-35, a chancelaria chinesa manifestou uma "indignação extrema" com o comportamento dos EUA, chamando-o de violação dura dos principais princípios das relações internacionais.

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Entretanto, a Casa Branca se apressou a detalhar que as novas sanções tinham como alvo Moscou, não tendo como objetivo minar a capacidade defensiva chinesa ou russa.

Em uma entrevista à Sputnik China, o professor da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Tsinghua, Wu Dahui, deu sua avaliação às recentes medidas tomadas por Washington em relação à China.

"O fato de os EUA usarem as sanções contra altos responsáveis chineses, se baseando na Lei de Combate aos Adversários dos EUA por meio de sanções (CAATSA), significa que a China passou a ser considerada como um dos inimigos dos EUA. A cooperação técnico-militar sino-russa, inclusive a cooperação relacionada com compras de aviões Su-35 e Su-400, começou há vários anos. Já a mencionada lei estadunidense foi adotada apenas no verão do ano passado. Hoje, mais de 60 países compram armamentos e artigos de uso militar à Rússia. Isso quer dizer que os EUA vão impor sanções a todos? Entre eles, há bastantes aliados e parceiros dos EUA, e no futuro pode haver mais — a Índia, a Turquia, a Arábia Saudita. Os EUA planejam aplicar sanções contra todos eles por causa dessa lei? Considero isso uma manifestação de hegemonismo que não respeita nada, nem o direito internacional, nem os princípios internacionais", disse.

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De acordo com o especialista, tais passos ainda reforçarão mais a cooperação estratégica entre a Rússia e a China no campo militar.

"A cooperação entre os dois países está se desenvolvendo de modo estável, em concordância com a orientação estabelecida antes. As relações entre a Rússia e a China no campo militar já não incluem apenas a venda e a compra de armas. Elas entraram em uma fase que também pressupõe pesquisas e produções conjuntas. A crítica de fora, a intervenção, as sanções, [tudo isso] não irá de modo algum influir na cooperação técnico-militar sino-russa. Eu acredito que tais sanções e os fatores desestabilizadores externos podem ainda reforçar mais o nível de cooperação estratégica dos dois países no campo militar", resumiu.

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