China e Índia reforçam confiança na área militar

© REUTERS / Adnan AbidiBandeiras da Índia e da China (foto de arquivo)
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A China e a Índia restauraram as relações na aérea militar e deram um novo impulso político às negociações sobre a fronteira. Estes são os resultados preliminares da visita de quatro dias, que se encerra na sexta-feira (24), do ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, à Índia.

A visita foi um marco e considerada previamente como sendo propensa ao sucesso. Wei Fenghe é o primeiro chefe do Departamento de Defesa chinês que visitou a Índia nos últimos seis anos. Finalmente, esta é a primeira visita do ministro da Defesa da China à Índia na sequencia da sua admissão oficial na Organização para Cooperação de Xangai (OCX). Na cúpula da OCX em Qingdao, que foi assistida pela primeira vez pelo primeiro-ministro Narendra Modi, foi dada atenção especial ao fortalecimento das medidas de confiança militar, ao desenvolvimento de relações intermilitares e à interação pela segurança conjunta. 

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O impulso político para a restauração dos lações militares, obviamente, foi dado pelos lideres da China e da Índia. Desde o segundo trimestre deste ano, houve três deles – uma intensidade sem precedentes de contatos não apenas para relações sino-indianas. Xi Jinping e Narendra Modi realizaram uma reunião informal em Wuhan e depois no âmbito do BRICS, em Joanesburgo. 

As reuniões dos líderes da China e da Índia deram um forte impulso a negociações sobre a fronteira em nível de trabalho, disse à Sputnik China o analista Aleksei Kupriyanov. 

"Agora ocorrem as negociações sino-indianas sobre a solução da questão da fronteira. Segundo relatos no início de agosto, as partes fizeram grandes progressos na resolução do problema no setor ocidental. Este é a região de Aksai Chin. São três setores de conflito no total, incluindo o central, na região de Sikkim, e o setor oriental, na região de Arunachal Pradesh. O setor oriental ainda não é mencionado nas negociações. Agora, as negociações são sobre o setor ocidental", disse. 

"Segundo as conversas do lado indiano, o resultado é encorajador. Eles realizam as consultas quase diariamente, e passo a passo resolvem todos os problemas", acrescentou o analista. 

Uma troca confidencial de pontos de vista sobre a fronteira, obviamente, dará um novo ímpeto aos negociadores a nível de peritos militares e diplomatas. O contato pessoal de Wei Fenghe com a homóloga indiana Nirmala Sitharaman é obviamente capaz de desempenhar um papel importante na melhoria significativa da situação na fronteira e na redução do nível de confronto. O conflito na fronteira até agora está paralisado, mas a disputa não está resolvida. No entanto, esta tarefa não foi pautada antes da visita.

Nesse sentido, observadores chamaram a atenção para o fato de que em uma reunião com o líder militar chinês, Narendra Modi não mencionou o incidente do ano passado na fronteira. Ele disse que a paz na fronteira pode ser mantida graças à flexibilidade e à maturidade que os dois países demonstram ao resolver as diferenças mútuas. O líder indiano classificou as relações com a China como um fator de estabilidade no mundo. Wei Fenghe, por sua vez, expressou a esperança de que a visita aprofunde o intercâmbio militar bilateral e a cooperação no campo da segurança fortaleça a confiança mútua e desenvolva novos laços militares no interesse da paz na fronteira.

A visita do ministro da Defesa à Índia dará a ambos os países no futuro a oportunidade de estreitar as relações militares entre eles, disse Shen Shishun, especialista do Instituto de Assuntos Internacionais da China.

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"O ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, está fazendo uma visita amigável à Índia, que sem dúvida contribuirá para a promoção da cooperação e do desenvolvimento das relações entre os dois Estados e das relações militares. Depois do confronto no ano passado em Doklam, os países fizeram esforços ativos para reduzir as tensões nas relações interestatais", comentou o analista.

Segundo ele, a disputa de fronteira sino-indiana é um problema que tem raízes históricas ao longo do tempo. Ao mesmo tempo ele acredita que é "inadmissível que algumas questões herdadas da história afetem o desenvolvimento das relações interestatais e a cooperação". 

"Eu acredito que no contínuo fortalecimento da confiança mútua entre os dois países, os dois lados mostrarão sabedoria e certamente resolverão os conflitos e disputas adequadamente", concluiu.

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As reuniões no mais alto nível político e militar em Nova Deli provavelmente permitirão falar sobre a possibilidade de realizar exercícios conjuntos sino-indianos no futuro e também sobre intercâmbio de pessoal, inclusive entre guardas fronteiriços. 

Por sua vez, a Índia e o Japão também continuarão com manobras navais conjuntas para conduzir operações contra submarinos. Aeronaves de combate farão aterrissagens em bases aéreas dos dois países. Ao mesmo tempo, a Índia está expandindo seus laços de defesa com os EUA e a Austrália. Segundo o Pentágono, os Estados Unidos não realizam regularmente tantos exercícios militares conjuntos com nenhum país quanto com a Índia. No campo do fornecimento de alta tecnologia e equipamento militar, Washington colocou a Índia quase no mesmo nível dos membros da OTAN. Até o momento, segundo os observadores, o nível de confiança militar entre a Índia e a China é tal que Nova Deli procura se proteger contra um novo agravamento de situação, fortalecendo os laços militares com EUA, Japão e Austrália.

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