Coreia do Norte acusa Japão de ter 'ambições nucleares'

© REUTERS / Kyodo/FilesCentral nuclear Takahama, Japão, em 27 de novembro, 2014
Central nuclear Takahama, Japão, em 27 de novembro, 2014 - Sputnik Brasil
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Apesar de ter sido vítima de bombardeamentos nucleares na Segunda Guerra Mundial, o Japão continua desenvolvendo suas ambições atômicas, afirmou o Comitê Norte-Coreano para a Paz na Ásia-Pacífico neste domingo (5).

"O Japão se apresenta como única vítima de bombardeamentos nucleares no mundo, se manifestando contra a posse e o uso de armas nucleares. Entretanto, ao longo dos anos, o Japão tem tentado realizar suas ambições de [possuir] armamento nuclear, tendo começado as pesquisas neste campo ainda na década de 30", diz-se no documento divulgado pela Agência Central de Notícias da Coreia, KCNA, nas vésperas do aniversário de bombardeamento norte-americano de Hiroshima, ocorrido em 6 de agosto.

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O comitê também sublinha que o Japão é único país no mundo, além dos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU, que produz plutônio através da reciclagem de combustível nuclear.

"Hoje em dia, no mundo há 518 toneladas de plutônio, 47 das quais cabem ao Japão. O arsenal nuclear japonês e uma catástrofe nuclear global são apenas uma questão de tempo", adianta-se no comunicado norte-coreano.

Além disso, as autoridades norte-coreanas criticaram o acordo assinado entre o Japão e os EUA sobre o uso de energia atômica com fins pacíficos que foi automaticamente prorrogado em julho deste ano.

"Ao prolongar o acordo nuclear, o Japão e os EUA prorrogaram deste modo seus crimes contra a humanidade", conclui-se no documento.

A parte norte-coreana sublinha que, se os EUA realmente querem realizar a desnuclearização da península coreana, têm que resolver o problema do plutônio acumulado por Tóquio.

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"A Coreia do Norte se mantém em uma posição firme de defender de boa fé a paz e a segurança na península coreana, estando igualmente disposta a conseguir o uso pacífico da energia atômica", lê-se no comunicado divulgado pela agência.

Vale ressaltar que o respectivo tratado nipo-americano, assinado em 1956 e prolongado várias vezes, constitui uma das pedras angulares no relacionamento entre Tóquio e Washington.

Em 12 de junho, Singapura acolheu a cúpula histórica entre Kim Jong-un e Donald Trump, que culminou com a celebração da declaração conjunta sobre a desnuclearização completa da península da Coreia em troca de garantias de segurança pelo lado norte-americano. Porém, as cláusulas do acordo não estão sendo realizadas.

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