Mianmar admite ter matado 10 rohingya após obrigá-los a cavar os próprios túmulos

© AP Photo / Dar YasinRohingya Muslims, who crossed over from Myanmar into Bangladesh, wait during distribution of food items near Kutupalong refugee camp, Bangladesh, Tuesday, Sept. 19, 2017.
Rohingya Muslims, who crossed over from Myanmar into Bangladesh, wait during distribution of food items near Kutupalong refugee camp, Bangladesh, Tuesday, Sept. 19, 2017. - Sputnik Brasil
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Os militares de Mianmar admitiram que seus soldados mataram 10 muçulmanos rohingya, classificados como "terroristas". Os rohingya executados foram forçados por forças do governo e aldeões birmaneses a cavar os próprios túmulos.

"Aldeões e membros das forças de segurança confessaram que cometeram homicídio", disseram os militares em um comunicado na quarta-feira. Eles afirmam que os rohingyas mortos foram capturados pelas forças de segurança depois que de entrarem em confronto com os militares.

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As forças governamentais estavam conduzindo uma "operação de desminagem" em uma região a cerca de 50 quilômetros a norte da capital do estado de Sittwe quando "200 terroristas bengali atacaram usando bastões e espadas".

A declaração do Facebook diz que os militantes destruíram veículos militares com explosivos (apesar afirmar que os homens estavam com armas de combate corpo a corpo). Ainda segundo o texto, "não havia condições para transferir os 10 terroristas para a delegacia de polícia", motivo pelo qual os oficiais preferiram matá-los. O comunicado afirma ainda que aldeões ajudaram na execução porque queriam se vingar dos militantes rohingya que mataram os membros da família no passado.

Histórico

As tensões entre a maioria budista de Mianmar e a minoria muçulmana rohingya na província de Rakhine irromperam em agosto do ano passado. Forças governamentais começaram uma repressão radical contra o grupo minoritário após um ataque militante rohingya.

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A repressão rapidamente se transformou em uma das piores crises humanitárias no mundo, com mais de 650 mil rohingya fugindo de Mianmar para o Bangladesh para escapar da repressão do governo. Aqueles que permaneceram no país foram expulsos de suas terras e rotulados apátridas, perdendo a cidadania e os direitos de cidadãos birmaneses.

A ONU considera o caso como "limpeza étnica". Mianmar é comandado pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi.

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