China pode aproveitar 'brecha' dos EUA e construir base naval no Paquistão

© AP Photo / Zha Chunming/XinhuaNavio chinês Huangshan, à esquerda, ao lado do navio antissubmarino russo Almirante Tributs
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A China está planejando aumentar sua presença militar no exterior com sua segunda base naval estrangeira no Paquistão. A notícia vem em meio a uma disputa entre os EUA e o Paquistão, com Washington congelando o financiamento de segurança para Islamabad.

Depois de instalar sua primeira instalação naval estrangeira em Djibouti, em agosto do ano passado, ao lado da base do Pentágono, Pequim pode agora buscar uma posição no Paquistão.

A China planeja construir uma segunda base no exterior perto de Gwadar — um porto paquistanês estrategicamente importante no Mar da Arábia, de acordo com fontes próximas ao Exército chinês, citadas pelo jornal South China Morning Post.

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Uma fonte anônima informou à publicação que a Marinha configuraria uma base perto de Gwadar, uma vez que os navios militares precisam de "serviços específicos" que não podem ser fornecidos pela instalação comercial existente.

"A porta Gwadar não pode fornecer serviços específicos para navios de guerra. A ordem pública está uma bagunça. Não é um bom lugar para realizar o apoio logístico militar", disse a fonte.

"A China precisa montar outra base em Gwadar para seus navios de guerra porque Gwadar é agora um porto civil", disse o analista militar Zhou Chenming, sediado em Pequim. Zhou disse que uma instalação naval separada perto do porto de Gwadar é necessária para manter navios de guerra e fornecer suporte logístico.

Ideia conhecida pelos EUA

No início desta semana, o coronel da Reserva do Exército dos Estados Unidos, Lawrence Sellin, falou sobre a intenção de Pequim de construir a nova base naval no exterior no Paquistão em uma publicação publicada pelo site Daily Caller.

Sellin disse que as recentes reuniões entre militares de alto escalão chinês e paquistanês indicam que a instalação "será construída na península de Jiwani entre Gwadar e a fronteira iraniana".

Em junho, o Pentágono sugeriu em um relatório anual sobre os desenvolvimentos militares da China que Pequim poderia lançar bases militares no Paquistão. O relatório foi posteriormente criticado pelos chineses, com o seu ministério estrangeiro chamando de "especulação" e acusando Washington de desconsiderar os fatos.

Gwadar é um porto de alto mar localizado a menos de 50 milhas a leste da fronteira Paquistão-Irã na província do Balochistan. Foi desenvolvido por investidores chineses como parte do ambicioso Corredor Econômico China-Paquistão (CPEC) de US$ 62 bilhões e vem lidando com cargas comerciais da China desde novembro de 2017.

O projeto de bilhões de dólares destina-se a criar uma rede de estradas, ferrovias e oleodutos, para expandir suas relações comerciais e de transporte e aumentar a influência econômica no centro e sul da Ásia. O CPEC também está no cerne da iniciativa maior da Rota da Seda da China, que prevê a conexão da China com a Europa, Oriente Médio e África.

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Washington x Islamabad

O relatório sobre o planejamento da China para construir uma base naval no Paquistão ocorre quando o presidente dos EUA, Donald Trump, começou o ano batendo em Islamabad por supostamente abrigar terroristas, ameaçando cortar a ajuda de segurança no país, o que equivale a cerca de US$ 1 bilhão anualmente.

Enquanto os EUA já congelaram a assistência de US$ 255 milhões no ano passado para o Paquistão, a suspensão também pode afetar pelo menos US$ 900 milhões em fundos de apoio à coalizão (CSF) autorizados para o Paquistão para o ano fiscal de 2017.

O movimento desencadeou críticas severas em Islamabad. O ministro da Defesa, Khurram Dastgir Khan, prometeu uma "resposta de sangue frio" à intenção de reter a ajuda no Paquistão.

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