Paz possível? Coreia do Norte busca diálogo com os EUA e Rússia quer ajudar, diz Lavrov

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A Coreia do Norte quer iniciar um diálogo diretamente com os EUA para assegurar sua segurança, revelou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, nesta sexta-feira. Ele disse ainda que informou o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, sobre os desenvolvimentos e que Moscou está pronta para "facilitar tais negociações".

"Sabemos que, acima de tudo, a Coreia do Norte quer conversar com os EUA sobre suas próprias garantias de segurança", disse Lavrov em Viena, logo após a reunião com Tillerson. "A Rússia está pronta para participar na facilitação dessas conversações". Lavrov e Tillerson falaram à margem de uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

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Lavrov reiterou que todas as partes envolvidas na crise coreana deveriam "quebrar o círculo vicioso do confronto, esquemas e sanções imprudentes" e se envolver em diálogo significativo. Ele também apontou os exercícios militares americanos perto da Península da Coreia e a retórica agressiva de Washington como elementos que apenas levam a uma nova escalada de tensões. E isso é "inaceitável", explicou Lavrov.

Mais cedo, o chefe da Comissão dos Assuntos Externos do Senado, Konsantin Kosachev, reuniu-se com o embaixador da Coreia do Norte em Moscou para discutir a situação na península. Após a troca com Kim Young-jae, Kosachev disse que Pyongyang não tem absolutamente nenhum interesse em aumentar as tensões, para não mencionar o início de um conflito militar completo. Mas, acrescentou Kim, Pyongyang "não teme a guerra" também.

Kosachev disse que uma maneira viável de resolver a crise é um diálogo completo entre as partes relevantes e esforços conjuntos destinados a reduzir as tensões. "Estamos absolutamente desinteressados ​​na escalada de tensões, ou em qualquer ação militar", disse Kosachev após a reunião. A Rússia "fará tudo o que pode para evitar esta escalada", acrescentou.

Tanto Lavrov quanto Kosachev voltaram a se referir à chamada iniciativa de "duplo congelamento" apresentada pela Rússia e pela China logo após as tensões aumentarem no início de setembro. O plano prevê que os EUA e seus aliados congelem todos os principais exercícios militares na região, e em troca de Pyongyang suspenderia o seu programa de mísseis nucleares e balísticos. A iniciativa, no entanto, foi rejeitada por Washington, com a enviada dos EUA à ONU, Nikki Haley, denunciando-a como "insultante".

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Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte disse que os exercícios militares dos EUA perto da península, bem como a retórica beligerante de Washington, inevitavelmente, provocam um surto de guerra na região. "A questão restante agora é, quando a guerra irá sair", disse o porta-voz do ministério à agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.

Na segunda-feira, os EUA lançaram exercícios de ar massivos junto com a Coreia do Sul. Os exercícios de cinco dias, programados para durar até 8 de dezembro, envolvem um total de 12 mil soldados e mais de 230 aeronaves militares. Apontadamente, as manobras simulam particularmente ataques às instalações nucleares e de mísseis de Pyongyang, enquanto os dois países afirmam que ela é "defensiva".

No final de novembro, a Coreia do Norte realizou ainda outro teste de mísseis, alegando que lançou com sucesso um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) capaz de atingir o continente americano.

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