"Sabemos que, acima de tudo, a Coreia do Norte quer conversar com os EUA sobre suas próprias garantias de segurança", disse Lavrov em Viena, logo após a reunião com Tillerson. "A Rússia está pronta para participar na facilitação dessas conversações". Lavrov e Tillerson falaram à margem de uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
Lavrov reiterou que todas as partes envolvidas na crise coreana deveriam "quebrar o círculo vicioso do confronto, esquemas e sanções imprudentes" e se envolver em diálogo significativo. Ele também apontou os exercícios militares americanos perto da Península da Coreia e a retórica agressiva de Washington como elementos que apenas levam a uma nova escalada de tensões. E isso é "inaceitável", explicou Lavrov.
Mais cedo, o chefe da Comissão dos Assuntos Externos do Senado, Konsantin Kosachev, reuniu-se com o embaixador da Coreia do Norte em Moscou para discutir a situação na península. Após a troca com Kim Young-jae, Kosachev disse que Pyongyang não tem absolutamente nenhum interesse em aumentar as tensões, para não mencionar o início de um conflito militar completo. Mas, acrescentou Kim, Pyongyang "não teme a guerra" também.
Kosachev disse que uma maneira viável de resolver a crise é um diálogo completo entre as partes relevantes e esforços conjuntos destinados a reduzir as tensões. "Estamos absolutamente desinteressados na escalada de tensões, ou em qualquer ação militar", disse Kosachev após a reunião. A Rússia "fará tudo o que pode para evitar esta escalada", acrescentou.
Tanto Lavrov quanto Kosachev voltaram a se referir à chamada iniciativa de "duplo congelamento" apresentada pela Rússia e pela China logo após as tensões aumentarem no início de setembro. O plano prevê que os EUA e seus aliados congelem todos os principais exercícios militares na região, e em troca de Pyongyang suspenderia o seu programa de mísseis nucleares e balísticos. A iniciativa, no entanto, foi rejeitada por Washington, com a enviada dos EUA à ONU, Nikki Haley, denunciando-a como "insultante".
Na quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte disse que os exercícios militares dos EUA perto da península, bem como a retórica beligerante de Washington, inevitavelmente, provocam um surto de guerra na região. "A questão restante agora é, quando a guerra irá sair", disse o porta-voz do ministério à agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
Na segunda-feira, os EUA lançaram exercícios de ar massivos junto com a Coreia do Sul. Os exercícios de cinco dias, programados para durar até 8 de dezembro, envolvem um total de 12 mil soldados e mais de 230 aeronaves militares. Apontadamente, as manobras simulam particularmente ataques às instalações nucleares e de mísseis de Pyongyang, enquanto os dois países afirmam que ela é "defensiva".
No final de novembro, a Coreia do Norte realizou ainda outro teste de mísseis, alegando que lançou com sucesso um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) capaz de atingir o continente americano.
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)