Estupros e ausência de menstruação: verdade da vida das mulheres no exército norte-coreano

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensMulheres militares do Exército Popular da Coreia são vistas cantando durante as celebrações do 105 aniversário de Kim Jong-il, fundador da República Popular Democrática da Coreia em abril de 2017
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Uma ex-soldada norte-coreana contou que a vida no exército é tão difícil, que a maioria das mulheres logo para de menstruar, enquanto os estupros no exército são habituais, informa a BBC.

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Lee So-yeon serviu o exército norte-coreano durante 10 anos, dormindo na parte debaixo do beliche com mais de 200 mulheres. Ela serviu como sargenta em uma unidade perto da fronteira com a Coreia do Sul.  

"Os colchões em que dormimos, são feitos de cascas de arroz. Por isso, todo o odor corporal se infiltra no colchão. Não é feito de algodão. Por causa das cascas de arroz, todo o odor da transpiração e outros odores ficam lá. Não é agradável", contou Lee So-yeon à BBC

Ela acrescentou que uma das piores coisas para uma mulher no exército norte-coreano é a falta de água, de chuveiro e da possibilidade de se banhar propriamente. 

O treinamento intenso igual para homens e mulheres no exército norte-coreano e a falta de nutrição, afetam negativamente a saúde das mulheres.

"Após 6 meses ou um ano de serviço, não menstruamos devido à desnutrição e o ambiente de estresse",  afirmou Lee So-yeon, acrescentando que as mulheres diziam que estavam satisfeitas com a falta de períodos menstruais, porque com a menstruação as coisas iriam ser ainda piores.

Ela contou que uma menina que treinava muito, já não tinha seu período menstrual há 2 anos.

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Além disso, ela contou à BBC que os estupros eram coisas habituais na vida das mulheres-soldadas do exército, mas Lee So-yeon felizmente não foi violada. 

"O comandante da companhia ficaria em seu quarto na divisão durante horas e estupraria as soldadas sob sua subordinação. Isso continuaria acontecendo sem fim", afirmou ela. 

Ao mesmo tempo, o exército norte-coreano afirma que leva a violação sexual a sério, com a sentença de prisão de até 7 anos para os homens que cometeram o crime. 

"Mas na maioria dos casos ninguém está disposto a testemunhar. Por isso os homens frequentemente ficam impunes", frisou Lee So-yeon. 

Cerca de 70% do exército norte-coreano são mulheres, a maioria das quais são jovens de 20 a 30 anos de idade. De acordo com a informação disponível, as mulheres norte-coreanas devem servir pelo menos durante 7 anos. Estima-se que cerca de 40% das mulheres de 18 a 25 anos de idade são membros do exército. 

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