Esta foi a advertência dada pelo ex-secretário de Estado dos Estados Unidos e ex-assessor de segurança nacional, Henry Kissinger, em uma entrevista recente ao jornal The New York Times.
Estrategista nuclear durante a Guerra Fria, Kissinger afirmou ter poucas dúvidas sobre para onde as coisas estão indo na região. O ex-diplomata dos EUA disse que se a Coreia do Norte "continuar a ter armas nucleares", estas "devem ser estendidas ao resto da Ásia".
"Não será a Coreia do Norte ser o único país coreano do mundo que possui armas nucleares, sem que os sul-coreanos tentem se igualar", advertiu Kissinger.
O ex-secretário de Estado estadunidense nas administrações dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford acrescentou ao jornal que "não se pode esperar que o Japão permaneça calmo".
"Então estamos falando sobre a proliferação nuclear", ele resumiu.
Reação em cadeia?
As crescentes capacidades norte-coreanas forçam seus vizinhos a debater se eles precisam ter os seus próprios arsenais nucleares, observou o The New York Times. A publicação destacou que a Ásia é uma região onde "várias nações têm material, tecnologia, experiência e dinheiro para produzir armas nucleares".
Na Coreia do Sul, as pesquisas mostram que 60% da população é a favor da construção de armas nucleares, e quase 70% querem os EUA reintroduzam armas nucleares táticas para uso no campo de batalha, as mesmas que foram removidas há um quarto de século.
No Japão, a única nação que sofreu um ataque nuclear, atualmente há pouco apoio público para o desenvolvimento de armas nucleares. No entanto, muitos especialistas acreditam que esta situação poderia ser revertida rapidamente se Coreia do Norte e Coreia do Sul tivessem arsenais atômicos.
Além da Coreia do Sul e do Japão, "já se fala" na Austrália, na Birmânia, em Taiwan e no Vietnã como nações nas quais se faz sentido discutir o desenvolvimento de armas nucleares se outros vizinhos se armarem.
Tal situação suscita medos de que a Coreia do Norte possa desencadear uma reação em cadeia na qual uma nação após outra se sinta ameaçada e construa uma bomba atômica, concluiu The New York Times.
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