China 'empurra' EUA do mercado militar do Sudeste Asiático

© REUTERS / Rafiqur RahmanTanques chineses (imagem ilustrativa)
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Pouco a pouco, Estados Unidos perdem seus parceiros militares na Ásia devido a discordâncias políticas. No entanto, há um país vizinho que pode substituir essa potência mundial no mercado de armamento nessa parte do globo.

O acordo militar entre a Tailândia e a China foi anunciado logo depois do encontro do premiê tailandês, Prayuth Chan-ocha, com o presidente dos EUA, Donald Trump. Nessa conexão, a especialista russa do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, Elena Fomicheva, não acredita que isso seja apenas uma coincidência.

A China forneceu 28 tanques VT-4 à Tailândia. O valor do acordo corresponde a US$ 148,5 milhões (R$ 472,3 milhões). Ou seja, a China não só substituiu a Ucrânia, mas ocupou a posição antes dos EUA.

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Os planos de Bangkok de contar com tanques ucranianos para modernizar seu exército não tiveram sucesso devido aos problemas econômicos de Kiev. Mas esse "vácuo" foi ocupado pela China. Esperava-se que os EUA se tornassem concorrente nessa corrida, mas Washington congelou, durante a presidência de Barack Obama, a cooperação militar com a Tailândia devido violações de democracia.

"Isso abriu caminho para a China vender armamentos para esse país", declarou Elena Fomicheva à Sputnik China.

Finalmente, o Reino da Tailândia declarou intenção de comprar três submarinos S-20 por mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,2 bilhões), e um lote de 28 tanques. No entanto, a especialista acredita que o tempo para anunciar as compras foi escolhido intencionalmente.

"Essas compras ajudaram a Tailândia a fortalecer sua cooperação com a China, e, ao mesmo tempo, a assustar um pouco os EUA que devem lembrar que a Tailândia é sua aliada", explicou.

A especialista acredita que a decisão de comprar armamentos, que foi tomada pelo regime militar tailandês, não atrai as forças democráticas no país. 

No entanto, ela destacou que a decisão de comprar tanques chineses foi anunciada logo depois do encontro do premiê tailandês com o presidente dos EUA, Donald Trump. 

Assim, apesar da amizade com os EUA, a "Tailândia é capaz de encontrar outros parceiros na área de cooperação militar — a China".

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Vale destacar que a China tirou vantagens da política imprevisível dos EUA e intensificou a cooperação com a Tailândia. Não obstante, o país não é capaz de ocupar todo o mercado militar da Tailândia, pois o Reino tem conexões militares muito estreitas com os EUA. Depende dos seus armamentos e não só. No entanto, constata-se um grande avanço da China no mercado tailandês.

Ao mesmo tempo, a Tailândia está mais segura, pois conta com o apoio da China. A situação beneficia ambos os países asiáticos, acrescenta a analista.

Outro lado da moeda é a reação de outros países asiáticos quanto à compra de tanques chineses pela Tailândia. Em comentário à Sputnik China, o especialista do Centro de Estudos do Sul do Pacífico do Instituto de Problemas Internacionais da China, Shen Shishun, exclui quaisquer consequências negativas.

"Acredito que não haverá problema algum. As relações sino-tailandesas estão em um rumo de desenvolvimento favorável", declarou.

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Além disso, ele sublinhou que ambos os países tentam estabelecer relações amistosas com os países vizinhos. Assim, a compra de armamentos chineses exemplifica a colaboração comum direcionada na intensificação das relações bilaterais, opina. Consequentemente, "intensificação da cooperação militar entre a China e a Tailândia não afeta as relações com os países vizinhos".

Ao mesmo tempo, a China está intensificando a colaboração militar com outros países do Sudeste Asiático. Por exemplo, a China vendeu, em 5 de outubro, 3.000 fuzis para as Filipinas, por US$ 3,3 milhões (R$ 10,5 milhões). Mas, vale destacar que as Filipinas também cooperam com os EUA na área militar, mas, por enquanto, a cooperação está congelada devido a razões políticas.

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