Por que é praticamente impossível destruir armas nucleares da Coreia do Norte?

© REUTERS / KCNAKim Jong-un observa míssil balístico de longo alcance Hwasong-12.
Kim Jong-un observa míssil balístico de longo alcance Hwasong-12. - Sputnik Brasil
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No caso de a política de pressão econômica e diplomática não conseguir desnuclearizar a península da Coreia, o presidente Donald Trump pode ter que cumprir a sua promessa de conter Pyongyang com "fogo, fúria e potência nunca antes vistos", escreve o analista Dave Majumdar no The National Interest.

De acordo com ele, se o presidente norte-americano escolher lançar um ataque nuclear preventivo contra a Coreia do Norte, não há certeza de que os EUA consigam eliminar as forças nucleares de Pyongyang, que irão lançar o seu próprio ataque de retaliação. 

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Um ataque convencional com grande quantidade de mísseis pode destruir muitas instalações nucleares de Pyongyang, se a inteligência norte-americana conseguir detectar a sua localização, mas um problema muito mais difícil são os lançadores móveis norte-coreanos e instalações subterrâneas altamente protegidas, opina o analista militar Dave Majumdar no seu artigo para o The National Interest.

De acordo com ele, mesmo o bombardeiro B-2A Spirit com bombas potentes GBU-57 pode não conseguir destruir as instalações subterrâneas norte-coreanas. Sabe-se que a GBU-57 pode perfurar cerca de 60 metros de concreto armado, mas é possível que a Coreia do Norte possua instalações ainda mais profundamente. Outro problema, de acordo com o autor, é que os EUA só podem construir 20 bombas GBU-57, enquanto a Coreia do Norte parece ter um número muito maior de instalações. 

O autor aponta que os EUA possuem um arsenal nuclear realmente vasto, mas a maioria destas armas foi desenvolvida para combater a União Soviética em uma hipotética Terceira Guerra Mundial. Considerando a localização da península da Coreia, o míssil Minuteman III pode vir a ser inútil porque tem que sobrevoar o território da Rússia e da China para alcançar o alvo, o que, por sua vez, pode provocar um conflito nuclear muito mais perigoso e mortífero. 

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O lançamento de um míssil balístico a partir de submarinos no Pacífico, de acordo com ele, pode provocar uma reação forte da China. Por isso, o B-2 é o modo mais óbvio de carregar um projétil nuclear até ao território da Coreia do Norte. 

Mas, mesmo que os EUA consigam destruir as instalações nucleares da Coreia do Norte, permanece o problema de destruir os lançadores móveis de Pyongyang, afirma Dave Majumdar.

Segundo mostrou a operação Desert Storm, detectar e destruir os mísseis balísticos é uma missão muito difícil e que exige muito tempo. Entretanto, a Coreia do Norte pode ser capaz de lançar um ataque de retaliação logo após um ataque nuclear preventivo norte-americano, opina Dave Majumdar.

Além do mais, um ataque preventivo pode ter outras consequências – os EUA podem se tornar um pária internacional após isso. As alianças com o Japão e a Coreia do Sul podem ser quebradas e Washington pode enfrentar a ira permanente da China e da Rússia, concluiu Dave Majumdar.

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