Coreia do Norte deve pôr fim à tortura e ao trabalho infantil, pede a ONU

© AP Photo / Vincent ThianBandeira da Coreia do Norte exposta na embaixada do país em Kuala Lumpur, na Malásia
Bandeira da Coreia do Norte exposta na embaixada do país em Kuala Lumpur, na Malásia - Sputnik Brasil
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Em um ano em que pioraram as condições dos direitos humanos na Coreia do Norte, um painel da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu nesta quarta-feira que o país asiático ponha fim à tortura e ao trabalho infantil, situações que teriam sido comprovadas pela entidade.

"Nós temos informações verídicas de que as crianças são pelo menos até certo ponto torturadas ou expostas a um tratamento violento pelas autoridades em diversas circunstâncias", disse a membro do painel, Kirsten Sandberg, em um encontro com jornalistas.

Segundo a ONU, Pyongyang estaria promovendo o uso de mão de obra infantil nos setores agrícola, de mineração e de construção. Além disso, crianças estariam sendo perseguidas pelo governo de Kim Jong-un por supostos crimes cometidos pelos seus pais.

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O Comitê pelos Direitos das Crianças da entidade ainda pontuou a respeito da sua preocupação com a "doutrinação ideológica" no sistema educacional norte-coreano, assim como com a má nutrição infantil registrada no país asiático.

"Isso pode ser quando eles [crianças] retornam ao país depois de ter tentado ficar no exterior e depois estão sendo devolvidos à força. Isso acontece na fronteira, ouvimos relatos sobre tratamento violento", pontuou Kirsten Sandberg.

Outro ponto preocupante levantado pelo painel diz respeito a fato de muitas grávidas serem forçadas a voltar para Coreia do Norte, onde dão à luz e acabam perdendo direito aos seus próprios filhos. Crianças que acabam apreendidas também seriam costumeiramente agredidas pelas autoridades.

Anteriormente, a Coreia do Norte negou pontuações semelhantes, incluindo a que aponta para a existência de um ranking de cidadãos, baseado na lealdade da família para com o governo, e como isso afetaria o acesso infantil à educação, saúde e alimentação.

De acordo com Pyongyang, tais conceitos são "imaginários" e partem de forças hostis ao país.

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Não é o que foi relatado pela ONU.

"Ainda existe uma taxa de subnutrição de mais de 40%. Isso também é uma causa subjacente grave para a mortalidade infantil, também a mortalidade de suas mães. E as crianças com menos de cinco anos continuam a sofrer altas taxas de subdesenvolvimento", afirmou Kirsten Sandberg.

Segundo a Coreia do Norte, parte dos problemas apontados estaria relacionada com as sanções impostas ao país pelo Conselho de Segurança da ONU, que prejudicam o desenvolvimento da nação. 

Em Seul, as violações de direitos humanos por Pyongyang já haviam sido apontadas pelo Livro Branco de 2017 sobre Direitos Humanos da Coreia do Norte, publicado pelo Centro de Banco de Dados de Seul para os Direitos Humanos da Coreia do Norte. Segundo o documento, foram registradas 68.940 infrações (aumento de 5,6% em relação ao relatório de 2016).

Ainda de acordo com o mesmo documento, 40.932 norte-coreanos foram atingidos pelas violações de direitos humanos no país.

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