Analistas expõem ponto fraco dos EUA: incapacidade de destruição de míssil norte-coreano

© REUTERS / KCNAO lançamento de míssil de médio alcance durante os exercícios na photo publicada pela Agência noticiosa norte-coreana em Pyongyang em 30 de agosto de 2017
O lançamento de míssil de médio alcance durante os exercícios na photo publicada pela Agência noticiosa norte-coreana em Pyongyang em 30 de agosto de 2017 - Sputnik Brasil
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Apesar de Donald Trump, presidente norte-americano, ter dito na Assembleia Geral que os EUA poderiam "totalmente destruir" a Coreia do Norte em caso de ataque, o arsenal dos Estados Unidos, talvez, não seja capaz de parar um possível golpe nuclear, opinam alguns analistas.

Alguns especialistas na área militar e defesa antimíssil acreditam que mesmo se os EUA tivessem informações de que a Coreia do Norte representa uma ameaça real ao país ou aos seus aliados, é possível que não tenham capacidade de destruir o míssil "do inimigo".

O lançamento do projétil norte-coreano de médio alcance sobre a ilha japonesa de Hokkaido, em 15 de setembro, atingiu a altitude máxima de 770 km, de acordo com a União dos Cientistas Preocupados (UCS, sigla em inglês). Contudo, Joseph Cirincione, criador da fundação de segurança global Ploughshares, diz que os EUA e o Japão não possuem capacidade necessária para interceptar um míssil lançado a essa altitude.

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Conforme o site Defense One, Cirincione procedeu declarando que nenhum sistema antimíssil atual pode atingir a altitude, atingida pelo projétil norte-coreano.
Bruce Bennett, analista do centro de pesquisas RAND Corporation, partilha o ceticismo de Cirincione. Como ele disse na entrevista ao jornal britânico Express, "de fato, podíamos perder ou alcançar, não sabemos ao certo".

Outro especialista questionou a utilidade da matéria do Washington Post, publicado no mês passado, sobre a capacidade da Coreia do Norte de instalar uma ogiva miniaturizada em um míssil balístico intercontinental.

Tom Plant, diretor do Programa de Não Proliferação da Universidade Royal United Services Institute de Londres, questionou a existência de tecnologia norte-americana, que seria utilizada para suportar a reentrada crítica do ataque glorioso com mísseis balísticos intercontinentais.

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Segundo ele, a ogiva mencionada na matéria pode ter sido criada somente para ser retirada do interior do míssil balístico intercontinental, não para reentrar na atmosfera depois do lançamento. O veículo de reentrada do míssil tem que suportar temperaturas muito quentes e frias ao voltar para atmosfera em direção ao seu alvo.

"A Coreia do Norte produziu com sucesso uma ogiva nuclear miniaturizada, mas ainda não está claro se a tecnologia de míssil pode sobreviver tanto depois do seu lançamento ao espaço como depois de entrar na atmosfera para atingir o alvo inicial", disse ele à revista Newsweek.

"Em relação à avaliação da Inteligência dos EUA, deve-se prestar muita atenção na linguagem. A avaliação afirma que a Coreia do Norte tenha produzido armas nucleares para transporte de mísseis balísticos, incluindo transporte de míssil balístico intercontinental", continuou ele.

Essa declaração é diferente daquela sobre as armas serem adaptadas ao veículo da reentrada capaz de sobreviver.

Após o lançamento de 15 de setembro, o secretário da Defesa norte-americana, James Mattis, declarou na segunda-feira (18) que os EUA por enquanto não veem razão para destruir quaisquer mísseis da Coreia do Norte.

Mattis explicou as recentes ameaças, vindas da Coreia do Norte, e como os EUA vão lidar com as ameaças ao seu povo e aos seus aliados.

O portal Los Angeles Times cita o analista: "A linha vermelha se trata dos mísseis, seriam eles uma ameaça para o território dos EUA, Guam, [ou] obviamente para o Japão. Isso requereria de nos uma resposta diferente".

Mattis não parou por aí. Ele afirmou que os Estados Unidos tomarão "medidas imediatas" para interceptar e destruir qualquer míssil dirigido ao Japão, Coreia do Sul ou Guam.

Yoshihide Suga, secretário-chefe do gabinete japonês, também explicou ao jornal Japan Times a resposta do Japão ao lançamento provocatório do míssil pelo governo de Kim Jong-un em 15 de setembro. "Não o interceptamos, pois não foi planejado nenhum dano ao território japonês".

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O presidente norte-americano, Donald Trump, ao mesmo tempo, procedeu em suas declarações sobre um possível ataque de míssil pela Coreia do Norte. Seguindo os passos do seu antecessor, o presidente disse no seu primeiro discurso na Assembleia Geral que ele "não terá outra opção senão totalmente destruir a Coreia do Norte" se ele for forçado a proteger os Estados Unidos e os seus aliados.

Durante a intervenção, ele também se referiu ao regime de Kim Jong-un como "depravado" e chamou o líder de "homem-míssil".

O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, reagiu ao discurso de Donald Trump dizendo que as ameaças não ajudarão a resolver o problema norte-coreano.

Ele disse: "Se somente condenamos e ameaçamos, talvez antagonizemos os países que queremos influenciar. É por isso que preferimos trabalhar com todas as partes interessadas, sempre incentivando para que participem do diálogo".

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