Índia tropeça no próprio pé, ou como a China trata da questão das fronteiras

© REUTERS / Adnan AbidiBandeiras da Índia e da China (foto de arquivo)
Bandeiras da Índia e da China (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Nos siga no
As tensões entre a China e a Índia, que se têm mantido desde meados de junho por causa da questão das fronteiras, não estão diminuindo, muito pelo contrário.

Soldados indianos realizando partrulhamento na fronteira entre China e Índia, estado de Arunachal Pradesh - Sputnik Brasil
Reunião indiano-chinesa: Pequim não vai reconhecer a última disputa
Nos últimos meses, além da área de Doklam, Pequim e Nova Deli têm voltado a discutir a soberania da área do lago Pangong Tso. 

Anteriormente nesta semana, a edição Hindustan Times comunicou que as autoridades da Índia aprovaram a construção de uma rodovia a 20 quilômetros de Pangong Tso. Segundo a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, esta área de fronteira, onde Nova Deli pretende construir a rodovia, é disputada e a futura construção vai agravar a solução da questão de Doklam, bem como tornar impossível os lados voltarem às conversações para definir a linha de fronteira entre os dois países.  

O lago Pangong Tso está situado perto da região de Aksai Chin, que é controlada pela China, mas a Índia está tentando contestar a soberania da zona. 

Ameaça à região 

Um soldado patrulhando na parte chinesa da antiga fronteira Nathu La, que liga o setor indiano de Sikkim e a região autônoma do Tibete na China (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Poderiam Índia e China chegar a um confronto militar?
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou repetidamente que as ações da Índia são inaceitáveis e que violam a soberania e a integridade territorial do país vizinho, tanto na área de Doklam, quanto em outras áreas fronteiriças. Pequim acusa Nova Deli de agir de forma contraditória, apontando para afirmações de responsáveis indianos de estarem dispostos para realizar conversações, mas ao mesmo tempo aprovam obras de construção nas áreas disputadas. 

Hua Chunying afirma que a Índia, agindo desse jeito, "tropeça no próprio pé", e que tais ações não contribuem para a paz e a estabilidade da região.

Na semana passada, a mídia publicou informações sobre uma escaramuça entre militares da Índia e da China, que surgiu quando os militares chineses alegadamente entraram na região indiana de Ladakh ao longo da margem do lago Pangong Tso. Segundo o jornal Times of India, a escaramuça acabou quando os dois lados, agindo de acordo com o mecanismo estabelecido, levantaram bandeiras e voltaram às posições ocupadas anteriormente. 

A porta-voz chinesa frisou que a parte indiana está observando atentamente as obras de construção da China, mas enquanto isso, as ações da Índia confirmam que "Nova Deli diz uma coisa mas faz outra, as declarações da parte indiana contradizem completamente as suas ações quanto à questão das fronteiras". 

Confronto em Doklam

Míssil balístico de longo alcance Agni-V durante desfile militar em Nova Deli, Índia - Sputnik Brasil
Quem tem algo a ganhar com uma guerra entre China e Índia na Ásia?
As tensões entre a China e a Índia em torno do planalto de Doklam, uma área montanhosa situada entre as fronteiras da China, Índia e Butão, têm permanecido desde meados de junho. A China iniciou a construção de uma rodovia que atravessa o planalto, o que, por sua vez, provocou protestos da parte do Butão. Uns dias depois, militares da Índia, país que mantém laços de amizade com o Butão, atravessaram a fronteira e, depois de uma curta escaramuça, desalojaram os militares chineses da área de Doklam.

Posteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da China comunicou que a área de construção da rodovia está de novo sob o controle de militares chineses. Enquanto isso, a China apelou repetidamente a que a Índia retirasse seus militares do território chinês a fim de não provocar a escalação das tensões.

Xi Jinping, presidente da China, afirmou durante o 90º aniversário da fundação do Exército de Libertação do Povo (PLA, na sigla em inglês), que Pequim continua seguindo os princípios da paz e do diálogo, não vai agir como um agressor ou conquistador, porém, não vai permitir a ninguém tentar a conquistar nem uma pequena área do seu território. 

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала