Gás russo será algo que vai conseguir reunir as duas Coreias?

© Pedro Ventura/ Agência BrasíliaGás liquefeito de petróleo
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Seul voltou à ideia de construir um gasoduto, que sai da Rússia e atravessa a Coreia do Norte. Embora, do ponto de vista econômico, o projeto seja muito lucrativo para todas as partes, já faz muito que está paralisado. Por que Seul decidiu revitalizar esta ideia? Existe uma oportunidade real de realizá-la?

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, declarou, citado pela agência Yonhap, que Seul está disposto a promover o projeto de um gasoduto que passe pela Coreia do Norte, saindo da Rússia.

"Deste modo, poderá ser promovida a cooperação no Nordeste da Ásia e inclusive a conexão de tubos de gás entre [a Coreia do] Sul, Norte e a Rússia", afirmou.

Ademais, Seul prometeu uma segunda oportunidade ao projeto que liga as ferroviárias das Coreias com o Transiberiano russo.

O acordo preliminar sobre o fornecimento de gás russo foi alcançado pelos presidentes da Rússia e da Coreia do Sul em 2008. Para a Rússia, trata-se de um novo mercado, que cada dia aumenta sua demanda de hidrocarbonetos.

O projeto é também benéfico para a Coreia do Sul, país que carece de jazidas próprias.

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"A Coreia do Sul compra gás natural liquefeito (GNL). Todos os países asiáticos estão interessados no gás natural, já que sempre é mais barato. É por isso que o Japão também volta periodicamente ao tema do gasoduto", explica o diretor da Fundação Nacional para Segurança Energética da Rússia, Konstantin Simonov, citado pelo jornal russo Vzglyad.

Entretanto, a evolução da situação na península da Coreia obstaculizou o projeto.

A abordagem depende da opinião do atual presidente da Coreia do Sul sobre seu vizinho.

"A ex-presidente promovia uma política muito diferente: de que uma conversa com a Coreia do Norte não tinha sentido, de que os norte-coreanos são inferiores e inimigos. Mas, dado que as eleições foram ganhas novamente pelo apoiador da aproximação com a Coreia do Norte, foi reanimado o projeto para construir um gasoduto a partir da Rússia", sublinha Simonov.

Suas perspectivas dependem daquilo se alguém se atreve a assumir os riscos comerciais.

"Nas negociações anteriores com a Gazprom sobre a construção do gasoduto a questão principal foi: onde estão os pontos de entrega e tomada do gás russo? Por sua vez, a Gazprom disse que estava preparada para intervir na construção, mas insistiu que o gás deve ser entregue na fronteira entre a Rússia e a Coreia do Norte, e não queria ter de correr os riscos de transporte. Não obstante, Seul queria obter o gás na fronteira entre as duas Coreias e deixar os riscos para a Gazprom. Aqui, a conversação terminou", recordou o especialista russo.

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Evidentemente, agora surgem exatamente as mesmas perguntas. E é pouco provável que a Gazprom queira assumir estes riscos, sobretudo porque não há gás em abundância no Extremo Oriente russo, ressalta o analista.

Em 2013, surgiu a ideia de pôr em marcha um gasoduto à Coreia do Sul, onde o transporte seria realizado por debaixo d'água marítima. Isto imediatamente eliminaria todos os riscos políticos associados a Pyongyang.

No entanto, a construção de um gasoduto na península Coreana é um assunto muito complicado pela sua geografia, ainda mais porque a região é considerada propensa a terremotos.

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