Guerra à vista ou Kim Jong-un tem outros planos?

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O líder norte-coreano, Kim Jong-un, vem apavorando todo o globo com seus testes de mísseis balísticos e suas ambições nucleares. No entanto, ao invés de iniciar uma guerra, o líder da Coreia do Norte poderia ter "outros planos astuciosos" para o seu arsenal de armas, escreve a jornalista australiana, Debra Killalea.

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Em seu artigo para o NEWS.com.au, a autora aponta que, de acordo com vários especialistas, uma guerra na península da Coreia é a última coisa que a comunidade internacional quer, mas, provavelmente, Kim Jong-un, não vai parar até alcançar suas ambições nucleares.

Além disso, o governo norte-coreano pode potencialmente usar seu arsenal nuclear "como uma moeda de troca contra a China ou o Ocidente", a autora cita as palavras de Euan Graham, diretor do programa de segurança internacional do Instituto Lowy de Sidney.

"O ritmo aumentou definitivamente", apontou o especialista, falando sobre o dramático aumento de testes de mísseis na Coreia do Norte.

Graham, além disso, admitiu que 12 testes foram registrados desde fevereiro de 2017. Pyongyang planeja desenvolver um míssil balístico intercontinental, capaz de atingir os EUA. Além disso, no dia 29 de maio, Coreia do Norte lançou ao mar um míssil do tipo Scud, que "caiu provocativamente perto do Japão".

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Na opinião de Graham, "há um elemento de sobrevivência" nas ações de Kim Jong-un.

Pyongyang espera usar seu arsenal como uma forma de alterar acordos internacionais, e até mesmo poderia abandonar o seu programa de testes, caso cancelem as sanções.

Assim, de acordo com Graham, "o mundo ignora o elemento doméstico ao seu próprio risco", enquanto Kim "está transformando as armas nucleares em busca de seu objetivo formal".

O especialista também frisou que Kim Jong-un utiliza o desenvolvimento do programa nuclear para mostras as elites mundiais quem é o responsável por todo o processo, ao assistir a todas as provas e ao fazê-lo prioridade do seu Governo.

Washington, por sua parte, está com medo de que uma guerra com o "reino eremita" seja "catastrófica". Portanto, os EUA "deram resposta através do teste de um interceptor concebido, segundo muitos acreditam, para acertar os mísseis norte-coreanos".

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Graham destaca que o sistema de defesa dos EUA não havia sido testado desde 2014. E até o momento, só atingiu o seu objetivo em nove vezes das 17 tentativas empreendidas. Desta forma, o especialista concluiu que Washington e seus aliados "estão jogando o jogo para 'recuperar o tempo perdido'".

Segundo o especialista, em abril de 2017, houve um aumento de tensões na região, que coincidiu com importantes aniversários e dias no calendário norte-coreano. No entanto, "a Coreia do Norte estava determinada a mostrar ao novo Governo de Trump que está alcançando suas ambições nucleares".

O especialista destacou que os avanços de Pyongyang na área de tecnologias nucleares são notáveis. Além disso, segundo acrescentou, "esté claro que a economia do país é muito melhor do que pensa a maioria das pessoas".

Graham sublinhou que os mísseis norte-coreanos têm potencial para chegar à costa de Guam, mas é pouco provável que alcancem o território continental dos EUA com a mesma facilidade.

Os novos mísseis, testados pela Coreia do Norte no início de maio, possuem um alcance potencial que abrange não apenas Guam, mas também o Japão e até mesmo, segundo alguns analistas sul-coreanos, o estado do Alasca.

Outra especialista, Jiyoung Song, pesquisadora do Instituto Lowy, disse que Kim Jong-un se comporta desta forma para atingir objetivos de autodefesa.

"Não podem sobreviver sem isso, e a tensão é a única maneira que sustenta sua sobrevivência na comunidade internacional", aprofundou.

O porta-aviões nuclear norte-americano USS Carl Vinson da classe Nimitz foi construído em 1975. Foi lançado à água em 1980 e comissionado dois anos depois. O navio foi nomeado em homenagem a um senador do estado da Geórgia, para assinalar sua contribuição para a Marinha dos EUA. Desde 2009, se tornou o navio-almirante do grupo 1 de ataque de porta-aviões (Carrier Strike Group 1) da Marinha dos EUA. Além das suas operações numerosas, o porta-aviões também figurou em 2001 no filme Atrás das Linhas Inimigas, realizado por Owen Wilson e Gene Hackman - Sputnik Brasil
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De acordo com Song, o programa nuclear de Pyongyang poderia ser "uma forma de atrair a atenção internacional e qualquer movimento dirigido ao uso de armas contra os EUA seria suicida".

Ambos os especialistas concordam que uma guerra seria catastrófica, não só para a própria Coreia do Norte, mas também teria efeitos devastadores para a Coreia do Sul e China, que "acabariam inundados por milhões de pessoas".

Graham acrescentou que as opções nesta situação são limitadas, mas a melhor seria chegar a um tipo de acordo com Pyongyang para ele suspender o seu programa nuclear.

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