Jogo entre EUA e China: qual potência mundial vencerá?

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Os Estados Unidos acreditam que não estão mais dominando no Sudeste Asiático por ter cedido, sem desejo algum, suas posições à China. Então, quais passos serão dados pelos EUA para "dominar" novamente? Especialistas explicam a situação detalhadamente.

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No dia 25 de maio, o destróier USS Dewey da Marinha norte-americana se aproximou a quase 22 quilômetros das ilhas disputadas de Spartley no mar do Sul da China. Para ser mais preciso, passou perto do recife de Mischief, região essa reivindicada pela China.

Em 2015, uma construção ativa foi iniciada no recife, transformando-o em uma ilha artificial. Hoje, essa ilha possui vasta infraestrutura militar: pistas de aterrisagem, 4 hangares para bombardeiros e 24 pequenos para caças, 4 Sistemas de Armas de Defesa Próxima, dois radares e usinas.

O recife de Mischief está localizado nas bordas da zona econômica exclusiva das Filipinas, mas a China o declarou seu território. Segundo Pequim, a embarcação norte-americana navegou "sem permissão" a 12 milhas náuticas das Ilhas Spratly, o que pode afetar o processo de paz na região.

O navio norte-americano faz parte da operação Liberdade de Navegação, destinada a contrair as reivindicações marítimas da China. É a primeira vez, após a tomada de posse de Donald Trump, que um navio de guerra norte-americano se aproxima das ilhas em disputa no mar do Sul da China.

Anteriormente, Donald Trump se recusou a realizar quaisquer operações no mar do Sul da China. Por essa razão, especialistas supõem que o presidente esteja aliviando a pressão norte-americana na China para obter apoio do país na resistência à Coreia do Norte.

© REUTERS / U.S. Navy/HandoutNavios chineses nas águas do recife de Mischief no arquipélago disputado de Spartly no mar do Sul da China
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Assim, a aparição do navio norte-americano perto das ilhas de Spartley deve calmar os países que esperam receber apoio dos EUA contra a China, opinam especialistas.

"A liberdade de navegação na parte ocidental do oceano Pacífico é vital, pois é possível trocá-la pela promessa da China de participar da cooperação em meio a outras questões tão importantes como a Coreia do norte", o jornal The Financial Times cita as palavras do funcionário do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Andrew Shearer.

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Mas a questão é a seguinte: por que durante os últimos quatro meses o presidente dos EUA se recusou a enviar navios para garantir a liberdade de navegação no mar do Sul da China e agora concorda? É possível que sua atitude tenha mudado devida à aproximação do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, com Pequim e Moscou, acredita o diretor do Centro de Estudos do Sudeste Asiático, Austrália e Oceania da Academia de Ciências da Rússia, o professor Dmitry Mosyakov.

"Não foi por acaso que o destróier norte-americano se dirigiu para o recife de Mischief, região onde as Filipinas se posicionam contra a China, país investigado pelo Tribunal de Haia. Mesmo a China não dando atenção à decisão do Tribunal, que não reconhece suas pretensões territoriais no mar do Sul da China, incluindo o recife de Mischief", declarou à Sputnik Vietnã.

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O professor russo destacou que "após a tomada dessa decisão, a China intensificou seus contatos bilaterais com outros participantes das disputas territoriais, atraindo-os através de benefícios da cooperação econômica. Trata-se das Filipinas e do Vietnã".

Segundo ele, os Estados Unidos não deveriam se intrometer, pois sua política no Sudeste Asiático é alvejada para conter o poder da China. A tomada de iniciativa da China irrita os EUA, acredita o especialista, indicando que esta seja a razão para envio do navio norte-americano ao recife de Mischief e para realização de outras ações semelhantes.

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