Aleksandr Metsegora, embaixador russo em Pyongyang, ao comentar a possibilidade de provocações por parte da Coreia do Norte por ocasião do 105º aniversário de Kim Il-sung (15 de abril), destacou que a mídia norte-coreana fala sobre um acontecimento de grande escala e muito significativo, mas não entra em detalhes. O embaixador destacou que não se pode dizer exatamente do que se trata.
Ao responder à pergunta sobre possível ataque dos EUA contra Coreia do Norte, depois do bombardeio na Síria, o embaixador russo acha difícil prever as futuras medidas de Trump:
"Levando em consideração as ações da administração [dos EUA], fica difícil adivinhar as medidas de Trump. Por enquanto, Trump não tem uma equipe coreana formada e há perigo de que as decisões sejam tomadas sem consultas de especialistas. Isso preocupa. Se excelentíssimo Trump escutasse a opinião de especialistas experientes em assuntos russo-coreanos, eu o recomendaria que não o fizesse."
Quanto à escalação crescente na região, Metsegora frisa que o período entre março e abril é carregado de preocupação ligada às manobras conjuntas dos EUA e Coreia do Sul. Mas, diferentemente dos anos anteriores, as manobras de 2017 possuem caráter provocativo."Desta vez, eles realmente treinam plano de ocupação de Pyongyang, eliminação das autoridades do país… Claro que a Coreia do Sul está nervosa. Norte-coreanos escrevem nos jornais que estão prontos para responder. A situação vai piorando a cada ano. Mas, o otimismo histórico me faz pressupor que nenhuma coisa pior acontecerá", reflete o embaixador.
No entanto, tanto Trump, quanto o líder norte-coreano, são pessoas muito emotivas e, quando se trata de assunto tão sério, este traço de caráter provoca preocupações, segundo Aleksandr Metsegora.
O embaixador russo desmentiu as informações de que Pyongyang dispõe de armas químicas, contradizendo declarações do Ministério da Defesa dos EUA.Em se tratando das sanções que podem conter a "agressão" do regime norte-coreano, Metsegora frisa que Moscou cumpre todas as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, mas considera que as sanções de países isolados são ilegítimas.
"Cada governo e povo tem o direito de escolher o seu próprio caminho. Nós não devemos interferir no sistema político da Coreia do Norte. Eles podem decidir suas necessidades. Coreia do Norte é um Estado reconhecido. Ele tem relações diplomáticas com mais de 100 países e faz parte da ONU. Por isso a Coreia do Norte tem todo o direito à existência e ao seu próprio regime, ponto final", concluiu Metsegora.
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