Será que aumento da confiança entre Rússia e Japão é perigoso para China?

© Sputnik / Sergei Guneev / Acessar o banco de imagensPrimeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante o Fórum Econômico do Oriente, Vladivostok, Rússia, 3 de setembro de 2016
Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante o Fórum Econômico do Oriente, Vladivostok, Rússia, 3 de setembro de 2016 - Sputnik Brasil
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Após a adesão da Crimeia à Rússia, Moscou e Tóquio realizaram a primeira reunião no formato 2+2, durante a qual o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu declarou que a Rússia está pronta a restabelecer os laços militares com o Japão. Será que tal cooperação prevê algo novo?

"Não vejo domínios de cooperação que sejam totalmente novos. Aquilo que foi anunciado são as esferas tradicionais de interação", comentou à Sputnik Japão o analista russo Dmitry Streltsov, acrescentando que a cooperação nestas esferas começou ainda no fim dos anos noventa. 

Segundo ele, a cooperação militar entre a Rússia e o Japão não está ligada com doutrinas militares e prevê unicamente a realização de ações humanitárias, como missões de resgate, ajuda para refugiados e oposição ao terrorismo global. 

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Entretanto há analistas que acreditam que o "aumento da confiança mútua entre o Japão e a Rússia é um fator que ameaça a China". 

Assim, Hyeon Seungsu, do Instituto de Unificação Nacional da Coreia do Sul, afirmou à Sputnik Coreia que o desenvolvimento da cooperação militar com a Rússia comprova que o principal problema do Japão é conter a China. 

Dmitry Streltsov tem uma opinião diferente.

"Não se trata disso. Não excluo que a China e o Japão também tenham canais de cooperação e interação na área informacional. Mas não acho que isso seja direcionado contra a Rússia. A reunião dos dois ministros da Defesa é, sem dúvida, um sinal político para outros países de que a Rússia e o Japão estão reforçando as relações políticas através do domínio militar. Mas isso não significa que eles façam planos nas costas da China", adiantou à Sputnik Japão Dmitry Streltsov. 

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Além disso, a China e o Japão se preocupam com o surgimento de novos tipos de armas na região – por exemplo, o sistema global THAAD na Península Coreana e os sistemas de mísseis Bal e Bastion nas Ilhas Curilas.  

"Formalmente, o sistema de defesa antimíssil se destina a lidar com a ameaça da Coreia do Norte. Mas, de fato, se trata de uma tentativa evidente por parte dos EUA de tentar alcançar a supremacia na região, algo que afeta o equilíbrio estratégico na zona. Acontece que o caráter defensivo destes sistemas pode se tornar ofensivo muito rapidamente. Mas não classificaria o deslocamento dos mísseis russos Bal e Bastion nas Curilas como uma resposta para o sistema de defesa antimíssil norte-americano", frisa o analista russo.

O deslocamento de sistemas de mísseis russos, explicou, avisa assegurar a estabilidade das fronteiras do Extremo Oriente. 

Segundo este analista, os encontros dos ministros da Defesa da Rússia e do Japão são destinados a minimizar a preocupação mútua dos dois países. 

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