Guerra de titãs: sanções russas podem paralisar indústria aeronáutica dos EUA

O projeto de lei sobre as medidas de retaliação contra a política antirrussa dos EUA e seus aliados foi apresentado na Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo). A proposta inclui a proibição de importação de produtos e serviços norte-americanos.
Sputnik

Além disso, poderá ser limitada a cooperação industrial em setores de alta tecnologia, como nuclear, aeroespacial e aeronáutica. Os deputados analisarão o projeto em 8 de maio próximo.

O projeto prevê a proibição ou a restrição de importação de produtos agrícolas, matérias-primas, produtos alimentícios, bebidas alcoólicas, tabaco e medicamentos produzidos nos EUA e nos demais países que apoiam as sanções contra a Rússia.

Além disso, prevê-se limitar a cooperação com os EUA em vários setores econômicos de alta tecnologia, ou seja, a rescisão ou suspensão de contratos na indústria nuclear, aeronáutica e aeroespacial.

EUA lançam foguete Atlas V com satélites militares (VÍDEO)
A resposta de Moscou poderá colocar Washington em uma situação delicada. Somente no ano passado, o volume do comércio bilateral entre os dois países atingiu US$24 bilhões de dólares. A Rússia vende mais para os EUA do que compra. Nas importações dos EUA predominam máquinas e equipamentos (43%), seguidos de produtos químicos (16,5%). Em volumes menores, os EUA fornecem à Rússia produtos alimentícios (3,7%) e têxteis (menos de 1%).

As sanções mais duras podem ser aplicadas à indústria aeronáutica e aeroespacial. Em primeiro lugar, trata-se dos foguetes norte-americanos Atlas V, equipados com motores russos RD-180, que são fabricados pela empresa Energomash. Isso provocará problemas sérios aos programas espaciais dos EUA.

Nas mãos dos parlamentares russos está também o futuro da gigante mundial da aviação, a Boeing. Em caso de aprovação da lei sobre as medidas de retaliação, Moscou deixará de fornecer titânio à Boeing.

"Os metais de terras raras fornecidos pela Rússia aos EUA incluem o titânio, que é essencial para o ciclo tecnológico de fabricação da Boeing", explicou Sergei Ryabukhin, senador da Comissão de Orçamento e Financiamento da Federação.

Além do titânio, prevê-se a proibição de fornecimento aos EUA de produtos e equipamentos relacionados com outros metais de terras raras. Isso pode ser crucial para a economia norte-americana, que depende 100% das importações de escândio, 99% de gálio, 91% de bismuto e 85% de antimônio.

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