Ouro 'invade' EUA e provoca uma das maiores transferências físicas da história

Os EUA estão sendo inundados por barras de ouro. A oportunidade de tirar proveito de uma diferença de preço causada pelas alterações do mercado devido à COVID-19 provocou uma das maiores transferências físicas de ouro da história.
Sputnik

"Os fluxos para Nova York não têm precedentes", afirmou à Bloomberg o diretor global de commodities da empresa de logística e segurança Malca-Amit, Allan Finn.

O ouro inundou os EUA nos últimos meses, quando os operadores perceberam que podiam tirar proveito de uma diferença de preço devida às alterações do mercado provocadas pela pandemia do coronavírus.

Desde março, aproximadamente 550 toneladas de ouro, em um valor estimado em US$ 30 bilhões (R$ 160 bilhões) foram adicionados às reservas da Comex.

Quando a crise da COVID-19 afetou a cadeia de suprimentos e os aviões ficaram no solo, os operadores temiam não conseguir transportar o ouro a tempo para Nova York e entregá-lo contra os contratos de futuros.

Isto fez com que os futuros, que normalmente são negociados ao mesmo nível que o preço corrente de Londres, disparassem para um valor de cerca de US$ 70 (R$ 374) a onça.

Ouro 'invade' EUA e provoca uma das maiores transferências físicas da história

Isto criou uma oportunidade para os empreendedores: comprar ouro em algum lugar do mundo ao preço corrente, depois vender os futuros e se beneficiar da diferença, enviando o ouro para Nova York, explica a Bloomberg.

De acordo com o diretor da Brink's, Mark Woolley, o aumento da demanda para enviar ouro para Nova York não se parece com nada visto em 20 anos no mercado.

As exportações de ouro suíço para os Estados Unidos aumentaram, atingindo 111,7 toneladas em abril, o maior recorde. Os dados de importação americana em abril ainda não estão disponíveis, mas já em março as importações de ouro ultrapassaram US$ 3 bilhões, segundo o Censo, o maior em pelo menos uma década.

"A quantidade de metal que temos transportado com êxito para Nova York é muito significativa [...] Provavelmente não está muito distante da quantidade total de metal que foi extraído neste período", disse Woolley em 28 de maio em um webinar organizado pela London Bullion Market Association.

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