Gigantes tecnológicas lucram com guerras vendendo dados privados ao governo dos EUA, diz relatório

© REUTERS / Comando Central dos EUAMilitares dos EUA fazem a segurança do Aeroporto Internacional de Cabul, Afeganistão
Militares dos EUA fazem a segurança do Aeroporto Internacional de Cabul, Afeganistão - Sputnik Brasil, 1920, 17.09.2021
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As empresas do setor tecnológico receberam mais de US$ 44 bilhões (R$ 231 bilhões) desde 2004 por colaborar com agências norte-americanas envolvidas na chamada guerra contra o terror.
Nos EUA cresce a polêmica em torno da atividade das gigantes tecnológicas. Em meio ao alerta generalizado de que acumulam demasiado poder, surgiu um relatório ressaltando que estas empresas lucram com as guerras.
O relatório, denominado "Big Tech Sells War" (as grandes tecnológicas vendem a guerra), revela informação sobre a venda de dados pessoais ao Exército e ao governo norte-americano no marco da luta antiterrorista.
Após 20 anos dos ataques do 11 de setembro, as consequências relativas à liberdade e ao benefício privado que a chamada "guerra contra o terror" traz consigo são cada vez mais evidentes.
Um dos aspectos diz respeito aos benefícios econômicos da mesma. O novo relatório mostra como as grandes empresas tecnológicas receberam sob este pretexto mais de US$ 44 bilhões (R$ 231 bilhões) desde 2004.
A publicação, elaborada por um grupo de ONGs, acusa empresas como a Amazon, Google, Microsoft e inclusive o Twitter de fornecerem a diferentes agências governamentais norte-americanas instrumentos indispensáveis para fazer a guerra, desde bases de dados até drones.
O relatório também recorda a aprovação da Lei Patriota pelo Congresso dos EUA em 2001, que abriu as portas para que as grandes tecnológicas se convertessem em intermediárias de nossos dados pessoais, vendendo estes dados não só às empresas privadas, mas também às agências governamentais.
Isso envolve todos os departamentos da Defesa, Segurança Nacional, Estado e Justiça, com destaque para o Pentágono.
Desta forma, o Departamento de Defesa duplicou seus contratos com as grandes tecnológicas entre 2017 e 2019.
Em relação às empresas, a publicação destaca a Microsoft, que se beneficiou de contratos com o Departamento de Segurança Nacional desde 2005, especialmente em serviços de computação em nuvem. Em particular, sublinha um contrato obtido em 2020 em um valor de US$ 230 milhões (R$ 1,2 bilhão) por cinco anos.
A Amazon registrou igualmente um aumento notável de contratos com o Departamento de Defesa entre 2012 e 2019. Em geral, 86% dos contratos com o governo estão relacionados com as agências centrais na chamada guerra global contra o terrorismo. No caso da Google, a porcentagem é de 77%.
Além disso, o relatório destaca algumas pessoas que passaram a ocupar postos nas agências governamentais, como é o caso de Jared Cohen, do Departamento de Estado, que passou pela Google, onde desenvolveu um projeto, supostamente de luta contra o terrorismo nas redes sociais, que até recentemente estava focada unicamente nos muçulmanos.
Outro exemplo é o de um dos criadores do Departamento de Segurança Nacional, que agora é diretor executivo na Microsoft. Ou uma figura destacada do FBI, que agora é diretor de Segurança na Amazon.
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