Ex-chefe do Mossad revela como mudou a política de segurança do Ocidente após 11 de setembro

© AP Photo / Richard DrewFumaça proveniente das Torres Gêmeas em chamas do World Trade Center depois que aviões sequestrados se chocaram contra as torres, em Nova York, 11 de setembro de 2001.
Fumaça proveniente das Torres Gêmeas em chamas do World Trade Center depois que aviões sequestrados se chocaram contra as torres, em Nova York, 11 de setembro de 2001. - Sputnik Brasil, 1920, 11.09.2021
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Danny Yatom, ex-diretor do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, se lembra bem daquele trágico dia de 11 de setembro de 2001 quando dois aviões colidiram com o World Trade Center em Nova York.
O terceiro avião atingiu uma parte do Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos EUA. O último, com o qual os terroristas teriam plenejado atacar a Casa Branca, caiu em um campo aberto após um confronto entre os passageiros da aeronave e os extremistas.
Naquela época, Yatom já havia deixado o Mossad mas ainda era uma pessoa influente no organismo de segurança de Israel e tinha conexões a importante figuras políticas de Israel.
"Me lembro de estar no escritório. Quando vi um avião colidindo com o World Trade Center, eu imediatamente disse que não era um acidente. Era um ataque terrorista. Inicialmente, algumas pessoas estavam em dúvida. Quando o segundo avião atingiu o arranha-céu, todos perceberam que eu estava certo", disse.
O escopo do ataque e o fato de ter sido realizado em solo americano foi um choque. Era igualmente inimaginável para os EUA.
"Em sua própria investigação, os americanos chegaram à conclusão de que havia algumas pistas que indicavam que os terroristas executariam um ataque contra alvos dos EUA. Mas ninguém imaginou que o ataque seria realizado no coração dos Estados Unidos. Os americanos pensavam que eram imunes a tais ataques e que ninguém se atreveria a fazê-lo", observou Yatom.
Os ataques de 11 de setembro levaram a vida de quase 3.000 pessoas e cerca de 25.000 ficaram feridas. A tragédia causou ainda danos de US$ 2 trilhões (R$ 10,4 trilhões na cotação atual).

Em busca de conselhos

Quando a situação se acalmou, os EUA começaram a analisar o que deu errado. Com isso veio uma mudança na política.
"A tragédia mudou as abordagens ofensivas e defensivas da América, mudou seus procedimentos de segurança. Eles se tornaram mais meticulosos na verificação de viajantes, começaram a confiar mais na tecnologia, implementando muitos regulamentos sobre o que era proibido ou permitido em voo", comentou o ex-chefe de Mossad.
Pouco depois de deixar o Mossad, Yatom se tornou político e observou muitas delegações de todo o mundo irem a Israel em busca de conselhos.
"Eles estavam interessados em saber como nós garantíamos a segurança de nosso aeroporto. Eles estavam curiosos em saber como tratamos aqueles que embarcam em um avião, como classificamos pessoas e como determinamos quem pode representar perigo e quem não", explicou Yatom.
Segundo ele, agora, vinte anos após os ataques, o mundo não se tornou mais seguro, mas os políticos e o público tornaram-se mais conscientes dos perigos colocados pelos radicais. Também compreenderam que, para manter a segurança de seus países, precisavam ter a certeza de que havia estabilidade em outras partes do mundo.
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