EUA querem criar pequenos mísseis de longo alcance, mas sua tecnologia atual dificulta

© AFP 2023 / Força Aérea dos EUAMísseis de cruzeiro AGM-158 JASSM são lançados dirante as manobras da Força Aérea dos EUA (foto de arquivo)
Mísseis de cruzeiro AGM-158 JASSM são lançados dirante as manobras da Força Aérea dos EUA (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 08.09.2021
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Os requerimentos para o míssil de cruzeiro do Programa de Armas Guiadas de Precisão Fora de Alcance parecem quase contraditórios – um míssil de cruzeiro de longo alcance, mas pequeno o suficiente para caber em um tubo de lançamento menor.
Segundo um anúncio da Pesquisa de Inovação de Pequenos Negócios (SBIR, na sigla em inglês), vindo do Comando de Operações Especiais (SOCOM, na sigla em inglês) dos EUA, "este sistema poderia ser utilizado em uma ampla variedade de aplicações militares, onde uma arma de longo alcance deva caber em um espaço pequeno", cita The Drive.
Mais especificamente, o SOCOM está buscando um "míssil de cruzeiro" guiado com precisão de alcance de pelo menos 200 milhas náuticas (370,4 quilômetros), e no ideal um alcance de mais de 400 milhas náuticas (740,8 quilômetros). Tais características acabariam conferindo às aeronaves do SOCOM a capacidade de atingir alvos enquanto permanecessem seguras fora do alcance das defesas antiaéreas inimigas.
O míssil precisa ser capaz de carregar, no mínimo, uma ogiva de 5,9 quilogramas, apesar de, ao mesmo tempo, o SOCOM dizer ter interesse em projetos que possam ser capazes de manter cargas úteis que pesem até 16,8 quilogramas.
Um sistema de busca com modos eletro-óptico e infravermelho também é necessário, mas o comunicado informa que o SOCOM poderia considerar projetos com opções adicionais de orientação, que permitam à arma, se possível, "adquirir e/ou readquirir alvos em voo". O anúncio da SBIR, por seu lado, não dá exemplos do que esse "pacote de busca multimodo" possa incluir, mas a capacidade de localização por radar de ondas milimétricas seria certamente uma possibilidade, conta a mídia.
© Foto / Força Aérea dos EUACaça F-15E da Força Aérea dos EUA, armado pela primeira vez com cinco mísseis de cruzeiro ar-terra AGM-158 JASSM, na base aérea de Eglin
Caça F-15E da Força Aérea dos EUA, armado pela primeira vez com cinco mísseis de cruzeiro ar-terra AGM-158 JASSM, na base aérea de Eglin - Sputnik Brasil, 1920, 09.11.2021
Caça F-15E da Força Aérea dos EUA, armado pela primeira vez com cinco mísseis de cruzeiro ar-terra AGM-158 JASSM, na base aérea de Eglin
O míssil também precisará estar conectado à rede, e o SOCOM pretende que a arma a ser desenvolvida tenha, do mesmo jeito, um sistema de orientação de Sistema de Navegação Inercial (INS, na sigla em inglês) assistido por GPS.
Embora o tamanho da arma não tenha sido especificado no anúncio, ela deve ser pequena o suficiente para ser disparada de um Tubo de Lançamento Comum, ou CLT. O CLT, da Systima Technologies, foi projetado para ser uma unidade universal de lançamento e armazenamento. Ele pode guardar e disparar várias pequenas munições e drones em um recipiente de lançamento de apenas 1,2 metro de comprimento e de 17,8 centímetros de largura, e pode ser rapidamente montado em uma variedade de aeronaves de asa fixa e helicópteros.
O SOCOM descreve esta arma proposta como um míssil de cruzeiro, que tende a pertencer à categoria de armas subsônicas que voam em baixas altitudes para evitarem ser detectadas. Por outro lado, o tamanho pequeno e o longo alcance da arma proposta – requisitos quase contraditórios em um projeto de munições – sugerem a possibilidade de ser algo semelhante a uma munição vagante, que orbita um alvo como um drone antes de bater nele e se detonar como um míssil. Adicionalmente, a especificação de propulsão elétrica poderia sugerir um motor acionado por hélice, informa The Drive.
Um porta-voz do SOCOM se recusou a comentar sobre o projeto do míssil em causa, apenas dizendo que o SOCOM está fazendo uma análise técnica das propostas recebidas da indústria.
O impulso para o desenvolvimento de um míssil de longo alcance surge em meio ao esforço do SOCOM para a reconstrução de seu estoque de mísseis. O que quer que o SOCOM desenvolva, caso consiga combinar eficazmente as características técnicas mencionadas, supostamente contraditórias, poderia ser adotado pelas forças convencionais dos EUA.
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