Ex-presidente argentino Macri nega ter fornecido armas à Bolívia durante golpe de Estado de 2019

© AFP 2023 / Eva Marie UzcateguiMauricio Macri, ex-presidente da Argentina, participa do Fórum Defesa da Democracia nas Américas do Instituto Interamericano para a Democracia em Miami, Flórida, EUA, 5 de maio de 2021
Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina, participa do Fórum Defesa da Democracia nas Américas do Instituto Interamericano para a Democracia em Miami, Flórida, EUA, 5 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2021
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Buenos Aires não forneceu armas à Bolívia em novembro de 2019, em lugar disso deu ajuda humanitária, afirmou Mauricio Macri, que na época estava no fim de sua presidência da Argentina.

Mauricio Macri, ex-presidente da Argentina (2015-2019), rejeitou ter fornecido material de guerra às forças que perpetraram o golpe na Bolívia contra o ex-presidente Evo Morales (2006-2019) em novembro de 2019.

Na época, a Macri faltava menos de um mês de governo, tendo sido derrotado pelo presidente-eleito Alberto Fernández na primeira rodada das eleições gerais argentinas de outubro.

"A partir da denúncia inoportuna que funcionários bolivianos deram a conhecer na última quinta-feira [8], quero desmentir categoricamente a veracidade dessas acusações", disse Macri em carta publicada no Facebook no final do sábado (10).

Macri desvalorizou a carta de desculpas que Alberto Fernández, atual presidente da Argentina, enviou à Bolívia, em que este reconheceu como verdadeiras as acusações do governo de Luis Arce Catacora sobre o fornecimento de munições.

Segundo um documento apresentado por Agustín Rossi, ministro da Defesa da Argentina, o material de guerra foi enviado em 12 de novembro de 2019, no mesmo dia em que a senadora Jeanine Áñez (2019-2020) tomou posse como presidente interina e dois dias depois que o ex-presidente Morales foi forçado a renunciar.

Macri assegurou que se trata de "fatos falsos" em que querem envolvê-lo e que "em um único ato Alberto Fernández conseguiu desvalorizar sua palavra e sua assinatura".

"Esclareço que em novembro de 2019, após as denúncias de fraude e a subsequente demissão de Evo Morales e em consonância com a OEA [Organização de Estados Americanos] e a União Europeia, a Argentina forneceu ajuda humanitária" e que foi dado "asilo na embaixada argentina a funcionários de Evo Morales e até mesmo suas famílias", o mesmo acontecendo com certos jornalistas argentinos na Bolívia.

O ex-chefe de Estado aludiu também à carta enviada em 13 de novembro de 2019 por Jorge Gonzalo Terceros Lara, então comandante da Força Aérea da Bolívia, a Normando Álvarez García, embaixador da Argentina, agradecendo-lhe o envio do armamento.

Detalhe das tarefas realizadas pelo [avião] Hercules C-130. Parte com pessoal da Gendarmaria de Palomar, chega a La Paz, desembarca o pessoal e sua carga!!! Regressa imediatamente com familiares do pessoal da embaixada. Documento da Força Aérea da Argentina

De acordo com Macri, ambos rejeitaram "a acusação de conspiração e a autenticidade da prova apresentada com aparência documental". Ele afirmou que estava sendo perseguido e acusou o atual presidente argentino de mentir durante a pandemia.

As armas enviadas pela Argentina à Bolívia foram 40.000 cartuchos com balas de borracha AT 12/70, 18 sprays de gás lacrimogêneo MK-9, cinco sprays de gás lacrimogêneo MK-4, 50 granadas de gás CN, 19 granadas de gás CS e 52 granadas de gás HC, disse na época o general boliviano Jorge Gonzalo Terceros Lara ao embaixador argentino Normando Álvarez García em uma carta de agradecimento, citada na sexta-feira (9) pelo portal InfoBae.

Uma nova eleição foi organizada na Bolívia por Jeanine Áñez, em 18 de outubro de 2020, que levou à vitória de Luis Arce do Movimento ao Socialismo, ao qual Morales pertencia. Atualmente a Comissão Interamericana de Direitos Humanos está investigando os eventos de 2019 com um grupo de especialistas independentes.

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