Ex-funcionários do McDonald's revelam 'estratégia de espionagem' da rede de fast-food

© REUTERS / Brendan McDermidA customer looks at his phone while exiting a McDonald's in Times Square in New York July 23, 2015.
A customer looks at his phone while exiting a McDonald's in Times Square in New York July 23, 2015. - Sputnik Brasil, 1920, 26.02.2021
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A revista Vice analisou testemunhos de supostos trabalhadores anônimos do McDonald's que tinham conhecimento direto da vigilância, e vazou documentos que explicam as táticas de espionagem.

Uma equipe de analistas de inteligência da cadeia de fast-food McDonald's está monitorando as atividades do grupo Fight for $15 (Lute por US$ 15), que exige um pagamento mínimo por hora equivalente a 15 dólares, ou seja, R$ 82, escreveu na quarta-feira (24) a revista Vice.

De acordo com documentos obtidos pela revista, a vigilância está sendo realizada a partir de escritórios em Chicago, EUA, e Londres, Reino Unido, tentando descobrir quais trabalhadores do McDonald's são ativos no movimento através da organização de greves, protestos ou sindicatos.

Um de seus objetivos declarados é descobrir "como e onde o Fight for $15 vai atacar a marca".

Entre as táticas usadas para suprimir melhores condições trabalhistas, analistas de inteligência têm usado uma ferramenta de monitoramento das redes sociais para coletar e extrair dados disponíveis abertamente on-line, para ajudar a monitorar as contas dos empregados e contas falsas e de amigos relacionadas, relataram dois ex-funcionários do McDonald's, que pediram anonimato.

Matthew Finkin, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Illinois, EUA, e especialista em direito trabalhista, afirmou à revista que espionar funcionários para aprender como eles organizam seus sindicatos, e até mesmo dar a impressão de que estão sendo observados, é ilegal e viola as leis trabalhistas federais norte-americanas.

No entanto, a empresa de fast-food nega todas as alegações, afirmando que "nunca usou contas falsas de redes sociais para coletar ativamente informações, incluindo atividades de trabalho", segundo o porta-voz do McDonald's, Jesse Lewin, também citado pela Vice.

"Esta história está cheia de informações falsas, juntando pedaços díspares de informações para construir uma narrativa sensacionalista que é imprecisa e enganosa", disse Lewin.

"Além disso, o McDonald's não tolera retaliações de qualquer tipo. Para ser claro, nenhum dos trabalhos de inteligência empresarial está relacionado às relações de trabalho", acrescentou o porta-voz.

Fight for $15

O movimento Fight for $15 nasceu em 2012, com funcionários do McDonald's de Nova York, EUA, deixando de trabalhar para conseguir uma remuneração mínima de US$ 15 por hora e o direito de formar um sindicato sem retaliação. O movimento se espalhou rapidamente pelos EUA, mobilizando milhares de trabalhadores da rede de fast-food em mais de 150 cidades norte-americanas para protestar e fazer greve.

Em 2014, milhares de manifestantes fecharam parcialmente a sede da empresa em Oak Brook, Illinois, encenando o maior protesto contra o McDonald's de toda a sua história.

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