Ministro da Saúde da Argentina renuncia após pedido do presidente

© AFP 2023 / Juan MabromataO ministro da Saúde da Argentina, Ginés González García, durante coletiva de imprensa.
O ministro da Saúde da Argentina, Ginés González García, durante coletiva de imprensa. - Sputnik Brasil, 1920, 20.02.2021
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O ministro da Saúde da Argentina, Ginés González García, apresentou sua renúncia na noite de hoje (19), a pedido do presidente Alberto Fernández, por causa do escândalo de "fura-fila" em vacinação contra a COVID-19 no país.

"Por meio desta, e respondendo a seu pedido expresso, apresento minha renúncia ao cargo de ministro da Saúde", escreveu González García nas redes sociais.

Manifesto minha gratidão à imensa maioria do povo argentino por seu compromisso e apoio às políticas que implementamos para reconstruir um sistema de saúde federal, com mais equidade, acesso e qualidade.

O agora ex-titular do ministério assumiu as responsabilidades pelo que ficou conhecido na Argentina como escândalo da "vacinação VIP": a imunização de um grupo seleto de pessoas no próprio edifício onde funciona o ministério, sem respeitar os cronogramas e as prioridades para a inoculação.

"As pessoas vacinadas pertencem aos grupos incluídos dentro da população alvo da campanha vigente, a confusão involuntária de minha secretaria privada na hora de convocar as pessoas para serem vacinadas neste ministério ocorreu quando eu estava na província de Entre Ríos", no leste do país, alegou González García.

O escândalo foi revelado quando o jornalista Horacio Verbitsky confessou em sua coluna no programa de rádio El Destape que tinha sido inoculado com a vacina russa Sputnik V graças a um favor de seu "velho amigo" González García.

"Decidi me vacinar. Passei a averiguar onde poderia fazê-lo. Liguei para meu velho amigo Ginés González García, a quem conheço desde muito antes de ser ministro", assinalou o jornalista.

Verbitsky revelou ainda que entre as pessoas que aguardavam pela vacinação no Ministério da Saúde argentino estava um dos principais dirigentes do Grupo Clarín, José Antonio Aranda, que, no entanto, negou esta versão.

A decisão de Fernández de pedir a renúncia do ministro também dá início a uma auditoria interna para determinar se outras pessoas foram vacinadas em gabinetes ministeriais, fora do calendário oficial de vacinação.

Alguns líderes políticos, como o senador Jorge Taiana e o deputado Eduardo Valdés, confessaram que receberam doses e foram afastados da delegação que acompanhará Fernández ao México em visita oficial a partir do próximo domingo (21).

Secretária de Acesso à Saúde assume ministério

O presidente Alberto Fernández também decidiu promover Carla Vizzotti, secretária de Acesso à Saúde, ao comando do ministério. Segundo informações difundidas pela imprensa argentina, Vizzotti deverá tomar posse do cargo às 17h00 deste sábado (20).

Nos últimos meses, a futura ministra - que é especialista em vacinação - participou da comitiva argentina que viajou para Moscou para negociar a aquisição da vacina russa Sputnik V contra a COVID-19.

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