Think tanks dos EUA instam Biden e aliados a seguir pressão comercial de Trump contra China

© AP Photo / Susan WalshRepresentantes dos EUA e da China se encontram em reunião à margem da cúpula do G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019
Representantes dos EUA e da China se encontram em reunião à margem da cúpula do G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019 - Sputnik Brasil
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Durante mandato como presidente norte-americano, Donald Trump (2017-2021) travou uma guerra multibilionária tecnológica e comercial, como parte de um amplo confronto geopolítico com Pequim.

Pesquisadores de alguns dos mais influentes think tanks de política externa de Washington, nos EUA, incluindo o Conselho de Relações Exteriores (CFR, na sigla em inglês) e o Conselho do Atlântico, exortaram o governo Biden a modificar, e não a jogar fora, a abordagem de Donald Trump contra Pequim sobre o comércio.

O CFR é uma organização poderosa, cujos membros incluem o próprio Biden, ex-presidente, Bill Clinton; ex-candidata presidencial, Hillary Clinton; o banqueiro David Rockefeller; ex-secretária de Estado, Condoleezza Rice; ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Newt Gingrich, e dezenas de outros políticos, magnatas dos negócios, figuras da mídia e cientistas.

Halie Craig, colega associada do R Street Institute, um think tank conservador também com sede em Washington, sugeriu que o problema do presidente republicano era ter atacado aliados e adversários igualmente, e não a política da China em si.

"Não há como contornar o fato de que a China é o principal rival geopolítico dos Estados Unidos no mundo neste momento", disse Edward Alden, um membro sênior do CFR, ao jornal The Hill.

"Isso não significa que não haja muitas oportunidades de ganho mútuo. Mas a noção um pouco ingênua de que a China será tão investida no comércio global e na ordem econômica que não buscará mudá-la, ninguém mais acredita nisso nos Estados Unidos", acrescentou.

O pesquisador sugeriu que Biden deve "manter uma postura mais competitiva" contra a China em áreas "vitais" em prol da superioridade econômica dos EUA, incluindo inteligência aeroespacial e artificial, biotecnologia de próxima geração e semicondutores, bem como confrontando o país asiático sobre seu suposto subsídio ilegal de fabricantes para competir com Washington.

Pequim negou qualquer ato ilícito e sugeriu que foram os EUA que se envolveram em um ataque à concorrência leal e ao "funcionamento normal da ordem do mercado" através de passos como listas negras de tecnologia e restrições ao comércio sob Trump.

Cooperação como confronto

O Conselho Atlântico é outro dos think tanks mais significativos de Washington promovedores do conceito de transatlanticismo, ou seja, uma forte cooperação entre EUA, Canadá e Europa em questões que vão da política e economia à defesa.

© AFP 2023 / Andrew HarnikSecretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, um dos sancionados pela China
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Secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, um dos sancionados pela China

Seus membros incluíram muitos membros das administrações dos EUA, incluindo Susan Rice, ex-assessora de Segurança Nacional de Barack Obama, que Biden chamou para o Conselho de Política Interna, assim como Jon Huntsman, ex-embaixador na China e na Rússia, que foi recentemente considerado para uma vaga na nova administração.

Segundo Craig, a belicosidade em relação à China é algo que ambas as partes podem apoiar, apontando a política interna de Pequim como significando que "todos de ambos os lados do corredor querem ser vistos agora mesmo como muito duros com a China".

Antony Blinken, escolhido por Biden para secretário de Estado, também defendeu "adotar uma abordagem mais dura em relação à China" como Trump, apenas discordando do modo que o fez.

Relações sino-americanas na era Biden

Na sexta-feira (22), o jornal The Wall Street Journal noticiou que Pequim tem buscado uma cúpula urgente entre o presidente chinês Xi Jinping e Joe Biden para tentar restabelecer a conturbada relação entre os dois gigantes econômicos.

No sábado (23), o primeiro-ministro britânico Boris Johnson manteve uma conversa telefônica com Biden, durante a qual os dois líderes "discutiram a necessidade de coordenação sobre as prioridades da política externa compartilhada, incluindo a China, o Irã e a Rússia".

No mesmo dia, funcionários do Pentágono asseguraram a Taiwan e ao Japão que os EUA continuariam "apoiando amigos e aliados" na região do Indo-Pacífico, inclusive em áreas disputadas nos mares do Sul da China e da China Oriental. Em um gesto simbólico, Taiwan, nação insular que a China considera uma província separatista, foi oficialmente representada na inauguração de Biden na quarta-feira (20) pela primeira vez desde 1979.

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