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'Barbárie', diz Ernesto Araújo sobre legalização do aborto na Argentina

© Folhapress / Pedro LadeiraMinistro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Palácio do Planalto
Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, no Palácio do Planalto - Sputnik Brasil
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Sem citar diretamente a Argentina, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, criticou a decisão do Senado do país vizinho que deu direito à mulher de decidir sobre o aborto.

Em uma publicação feita nesta quarta-feira (30) nas redes sociais, o chanceler afirmou:

Hoje (30), após uma sessão que durou 12 horas, o Senado argentino aprovou o direito de a mulher optar pelo aborto até a 14ª semana de gestação. A decisão histórica teve 38 votos a favor e 29 contra, além de 1 abstenção. Até então, o procedimento era permitido em caso de estupro ou risco de morte da mãe.

A Argentina se tornou mais um dos países da América Latina a legalizar a interrupção da gravidez. Na região, a prática é autorizada em Cuba, Guiana, Guiana Francesa, Uruguai, Porto Rico, na Cidade do México, e no estado de Oaxaca. Vale lembrar que no México esse tipo de legislação é decidido em nível regional.

© AP Photo / Natacha PisarenkoAtivistas pró-aborto acompanham votação de projeto de lei na Câmara dos deputados, Buenos Aires, Argentina, 11 de dezembro de 2020
'Barbárie', diz Ernesto Araújo sobre legalização do aborto na Argentina - Sputnik Brasil
Ativistas pró-aborto acompanham votação de projeto de lei na Câmara dos deputados, Buenos Aires, Argentina, 11 de dezembro de 2020

Declarações de Ernesto Araújo

Ainda com relação ao tema do aborto, o posicionamento de Ernesto Araújo não é uma surpresa. O Brasil tornou-se neste ano signatário da Declaração do Consenso de Genebra, documento assinado em Washington pela promoção de saúde das mulheres e fortalecimento das famílias, que é contrário a políticas de acesso ao aborto.

Na ocasião, o Brasil foi representado pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos). Eles se juntaram virtualmente aos diplomatas de Estados Unidos, Egito, Indonésia, Uganda e Hungria, que também referendaram o acordo.

Apesar de ter recebido conselhos para não comentar decisões políticas de países parceiros do Brasil, Ernesto Araújo colecionou declarações que repercutiram em 2020. A mais conhecida aconteceu, inclusive, em uma discussão com o vice-presidente Hamilton Mourão à respeito da introdução do serviço de 5G no Brasil.

​Em dezembro, o plenário do Senado Federal barrou sua indicação, Fabio Mendes Marzano, para exercer o cargo de delegado permanente do Brasil nas Nações Unidas, em Genebra, na Suíça. No mesmo mês, o chanceler brasileiro disse que o país governado por Nicolás Maduro se tornou uma "plataforma do crime organizado".

O ministro das Relações Exteriores envolveu-se também em uma polêmica sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento contra o coronavírus. Apesar das recomendações contrárias da OMS, o ministro celebrou a chegada de dois milhões de doses do medicamento dos Estados Unidos.

Em abril deste ano, o comitê judaico dos EUA exigiu um pedido de desculpas de Ernesto Araújo após o chanceler ter feito uma analogia do isolamento social com campos de concentração nazistas. No mesmo mês, o ministro brasileiro ainda declarou que pandemia da COVID-19 seria usada para instaurar comunismo no mundo.

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