A Estratégia de Defesa Nacional norte-americana, aprovada em 2018, nomeou os países que personificam desafios para os EUA, entre os quais figuram a Rússia e a China.
Respondendo à pergunta se a Rússia representa uma ameaça para Estados Unidos e países europeus, o general encaixou a nação como um "desafio à segurança", mesmo sendo um "Estado em declínio".
"Obviamente, eles [os russos] têm uma força estratégica muito poderosa em suas capacidades nucleares. Sendo assim, o [contingente] militar russo é muito bom. Não há dúvidas", avaliou o general norte-americano. "Eles [os russos] estão procurando caminhos para usar suas capacidades a fim de voltar a uma posição de grande potência respeitada. Eles são um desafio. Eles são uma ameaça. Ninguém deve subestimá-los", afirmou.
Milley ainda ressaltou que a Rússia possui "capacidades cibernéticas muito sofisticadas", além de capacidades navais, aéreas e terrestres "muito boas". "[A Rússia] tem militares muito capacitados, militares muito profissionais", sublinhou.
Fora isso, comentando as condições econômicas da Rússia, o general destacou que, embora o país seja limitado por muitas coisas, está se desenvolvendo através das exportações de armas e de produtos energéticos como petróleo e gás.
Ponderando o "medo russo" por não ter fronteiras naturais, general Milley notou que o país conseguiu desenvolver sistemas avançados para lidar com suas características únicas e o ambiente da segurança nacional. "O fato é que a Rússia é uma grande potência", concluiu o militar norte-americano.
'Ameaça' chinesa
Comentando o desenvolvimento rápido da força chinesa, o general também encaixou a China como um desafio significativo para segurança. No entanto, Milley não considera que a China seja inimiga dos EUA.
"Existem várias áreas onde a China está se movendo muito, muito rápido. Inteligência artificial, [mísseis] hipersônicos e uma variedade de coisas que eles [os chineses] fazem no espaço e na [área] cibernética", ressaltou o general Milley. Então, em algum momento no futuro, a China será tão forte quanto os EUA, considera o militar.
Porém, general Milley assegura que ninguém deseja o início de guerra entre as grandes potências. "Isso seria um desastre para o mundo. Queremos manter uma competição de grandes potências", ressaltou.