O Departamento do Interior dos EUA (DOI, na sigla em inglês), anunciou na quinta-feira (2) que realizará o leilão para a exploração do local em 6 de janeiro. O evento está sendo intencionalmente acelerado para garantir que as concessões de petróleo e gás sejam formalmente emitidas antes que Biden seja empossado como novo presidente dos EUA em 20 de janeiro, de acordo com a agência Bloomberg.
Biden prometeu proteger permanentemente o refúgio mencionado, contudo, estas concessões são contratos negociados diretamente com o governo federal, e por isso difíceis de cancelar.
Chad Padgett, diretor do Escritório de Gestão Territorial do Alasca (BLM, na sigla em inglês), disse em um comunicado à imprensa que a venda seria um passo importante, uma vez que "o petróleo e o gás da planície costeira são recursos importantes para atender às demandas de energia de longo prazo da nossa nação e ajudarão a criar empregos e oportunidades econômicas".
Porém, os ambientalistas e indígenas do Alasca, incluindo o povo Gwich’in, que consideram a área sagrada, dizem que a ação coloca em risco uma região selvagem, que é o lar de renas, pássaros migratórios e outras espécies. Eles prometeram lutar contra o novo plano de venda no tribunal, com base em outros litígios que já desafiavam a decisão anterior do Departamento em tornar todos os 3,86 milhões de hectares da planície costeira abertos para exploração de petróleo.
Por sua vez, o Departamento do Interior já se encontra postando avisos formais de venda antes de terminar de solicitar informações sobre quais áreas específicas devem ser levadas a leilão. As petrolíferas têm até 17 de dezembro para fazer recomendações. Os detalhes dos termos de venda - incluindo os lances mínimos exigidos - foram definidos para serem divulgados na segunda-feira (7).
A data da venda fornece a administração Trump duas semanas para emitir formalmente qualquer concessão vendida em leilão antes que Biden tome posse como presidente. Esse processo de vetar licitantes elevados e submetê-los a uma revisão do Departamento de Justiça normalmente leva meses, mas as autoridades do Interior têm planejado estratégias para acelerá-lo.