Perda de 'princípios fundadores': Macron critica mídia dos EUA por culpar Paris por atos terroristas

© REUTERS / Ludovic MarinEmmanuel Macron, presidente da França
Emmanuel Macron, presidente da França - Sputnik Brasil
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O presidente francês atacou a resposta que seu governo recebeu após responder a uma série de ataques terroristas islamistas nos últimos meses.

Emmanuel Macron, presidente da França, acusou a postura da mídia dos EUA de difamar o país europeu como racista, afirmando em uma coluna publicada no domingo (15) no jornal The New York Times que "os princípios fundadores" do país norte-americano "se perderam".

"Quando vejo, nesse contexto, vários jornais que acredito serem de países que compartilham nossos valores, jornalistas que escrevem em um país herdeiro do Iluminismo e da Revolução Francesa, quando os vejo legitimando essa violência e dizendo que o coração do problema é a França por ser racista e islamofóbica, então digo que os princípios fundadores se perderam", disse Macron.

Entre as manchetes de jornais, o Financial Times afirmou em um artigo entretanto removido "A guerra de Macron contra o separatismo islâmico só divide ainda mais a França", o Washington Post disse que "ao invés de combater o racismo sistêmico, a França quer reformar o Islã", o The New York Times perguntou "A França está alimentando o terrorismo muçulmano ao tentar evitá-lo?", e o The Times declarou inicialmente "A polícia francesa atira e mata homem após esfaqueio fatal na rua".

O chefe do executivo francês teria ligado para o colunista Bem Smith do The New York Times para reclamar do tratamento dado pela mídia sobre os últimos acontecimentos de violência islâmica na França, contrastando isso ao apoio internacional fornecido após ataques terroristas na França em novembro de 2015, nos quais morreram 130 pessoas.

Desde então morreram em França mais de 250 pessoas como resultado de novos ataques terroristas, o maior número entre os países ocidentais, incluindo o assassinato em 16 de outubro do professor Samuel Paty, que mostrou a seus alunos do ensino médio desenhos animados representando o Profeta Maomé em uma lição sobre liberdade de expressão e foi decapitado por um jihadista migrante.

O presidente francês respondeu com homenagens a Paty e a defesa dos direitos de liberdade de expressão e a cultura francesa de secularismo. Seu governo realizou dezenas de operações contra indivíduos e grupos islâmicos acusados de radicalismo, apesar de novos ataques terroristas continuarem a acontecer. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, junto com outros chefes de Estado de países de maioria muçulmana, apelou a um boicote aos produtos franceses.

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