'Adeus, rainha': tornar-se uma república é 'evolução natural' de Barbados, diz embaixador

© AP Photo / Richard DrewA primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottlley, durante discurso na 74ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 27 de setembro de 2019.
A primeira-ministra de Barbados, Mia Amor Mottlley, durante discurso na 74ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 27 de setembro de 2019. - Sputnik Brasil
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David Commissiong, embaixador de Barbados na Comunidade do Caribe (CARICOM), disse à Sputnik neste domingo (20) que a decisão do governo de destituir a Rainha da Inglaterra como chefe de Estado da pequena nação insular e buscar a soberania total faz parte da evolução natural do país.

"Isso é parte de nossa evolução natural. À medida que assumimos o controle total de nossa soberania, expressamos total confiança em nossa própria capacidade de administrar totalmente nossos assuntos nacionais", disse Commissiong.

Os planos para remover a rainha Elizabeth II do posto de chefe de Estado de Barbados e se tornar uma república a partir de novembro de 2021 foram anunciados pela governadora-geral da ilha, Sandra Prunella Mason, em discurso ao parlamento de Barbados na quarta-feira (16). O país caribenho é uma ex-colônia britânica, tendo declarado sua independência em 1966.

De acordo com Commissiong, o projeto de tornar o país uma república está muito atrasado, tendo sido formulado pela primeira vez há 20 anos, mas interrompido por uma pequena - mas economicamente forte - população de minoria branca, além de alguns barbadianos negros mais velhos.

"As resistências forçaram a classe política a suspender isso, mas nos últimos 20 anos houve uma evolução em Barbados", disse ele.

O embaixador de Barbados também considera "incongruente" que Barbados mantenha símbolos como a rainha da Inglaterra como chefe de Estado, enquanto trabalha junto com a CARICOM na tentativa de desenvolver uma civilização caribenha.

© REUTERS / Mary McCartneyRainha da Grã-Bretanha Elizabeth II no Palácio de Buckingham em Londres
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Rainha da Grã-Bretanha Elizabeth II no Palácio de Buckingham em Londres

Commissiong contou ainda que o governo da primeira-ministra de Barbados, Mia Motley, também tomou a decisão de remover a estátua do almirante britânico Lord Nelson de um pedestal em frente ao parlamento barbadiano e levá-la a um museu.

"Será tratado como um artefato histórico, e não como uma estátua pela qual estamos celebrando Lord Nelson e o que ele representou. Basicamente, ele representou o Império Britânico e a manutenção de seu sistema de escravidão e esses não são valores que queremos defender em Barbados no século 21", disse ele.
© REUTERS / Nigel R. BrowneEm Bridgetown, capital de Barbados, a estátua do vice-almirante britânico Lord Nelson aparece vandalizada com pedidos para que seja derrubada, em 16 de setembro de 2020. Barbados pretende retirar a estátua do local.
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Em Bridgetown, capital de Barbados, a estátua do vice-almirante britânico Lord Nelson aparece vandalizada com pedidos para que seja derrubada, em 16 de setembro de 2020. Barbados pretende retirar a estátua do local.

David Denny, secretário-geral do Movimento Caribenho pela Paz e Integração (CMPI), também comemorou o anúncio de tornar Barbados uma república em novembro de 2021 como um passo há muito esperado.

"Este é um movimento muito progressista. É um movimento pelo qual temos lutado e estamos felizes em saber que o governo de Barbados trabalhará para isso", disse Denny à Sputnik.

O secretário-geral da CMPI também incentivou o governo a criar uma comissão para desenhar as condições para que o povo barbadiano discuta o tipo de república que deseja e permita que a classe trabalhadora participe desse processo.

Se os planos anunciados por Mason forem cumpridos, Barbados se juntará a Trinidad e Tobago, Dominica e Guiana como repúblicas caribenhas totalmente independentes.

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