Fernández anunciou um fundo orçamentário especial para a província de Buenos Aires, que será extraído das cifras até agora concedidas à capital argentina. A medida é uma resposta a uma série de protestos promovidos por policiais de Buenos Aires desde a segunda-feira (7) exigindo aumento salarial.
"Combinamos a criação de um fundo de fortalecimento fiscal e financeiro para a província de Buenos Aires", disse Fernández durante pronunciamento na residência presidencial na cidade de Olivos, em Buenos Aires, cercado por grande parte de seu gabinete.
"A capital continuará recebendo os recursos necessários para custear as despesas das forças federais e vamos repassar esse ponto excedente ao fundo de financiamento fiscal da província de Buenos Aires", disse Fernández.
Dessa forma, o presidente argentino afirma que será possível garantir a reivindicação de aumento salarial que gerou protestos de policiais na região.
Fernández alertou os agentes policiais que protestam em vários municípios da província que o governo não vai aceitar a forma que os protestos tomaram e lamentou que as ruas estejam desprotegidas em função das manifestações.
Segundo o anúncio de Fernández, a medida anunciada tentará também restaurar o equilíbrio financeiro que se perdeu em meados da década de 1980, quando a província perdeu oito pontos percentuais de partilha orçamentária. À época, porém, o distrito tinha quatro milhões de habitantes e hoje ultrapassa os 17 milhões, sendo a região mais populosa do país.
"Nem tudo é válido ao protestar, nem tudo é permitido; quando estamos em uma pandemia há certas atividades que devem continuar", exigiu Fernández.
Mais cedo, alguns militares uniformizados cercaram os arredores da residência presidencial em Olivos na quarta-feira (9), atitude que o presidente disse que não pretende tolerar.
"Posso entender qualquer reclamação, mas não estou disposto a atender a certas formas de demanda", apontou o presidente argentino.
O governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, já havia anunciado na véspera que a polícia receberia um aumento de salário, mas isso não foi suficiente para acalmar os protestos. Já o prefeito da capital argentina, Horacio Rodríguez Larreta, qualificou a presença de policiais na residência presidencial como "inadmissível".