Diretor-geral do RFPI sobre registro antecipado de vacina nos EUA: 'Abordagem da Rússia é a correta'

© REUTERS / Dado RuvicMulher segurando seringa dizendo "Vacina COVID-19"
Mulher segurando seringa dizendo Vacina COVID-19 - Sputnik Brasil
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Comissário da Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA especificou que uma autorização de vacina não seria "uma aprovação completa", e não seria feita para agradar Donald Trump.

Stephen Hahn, comissário da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) dos EUA, afirmou em entrevista ao jornal Financial Times que está pronto para aprovar a vacina contra o coronavírus antes da conclusão da terceira fase de testes clínicos, se os benefícios excederem os possíveis riscos.

"Depende do patrocinador [desenvolvedor da vacina] solicitar autorização ou aprovação, e nós fornecemos a opinião de especialistas sobre sua aplicação. Se o fizerem antes do final da fase três, podemos considerar justificável. Podemos considerar injustificável, [e aí] tomaremos uma decisão", disse Hahn.

Hahn afirmou que há uma maneira segura de tornar a vacina disponível antes do final dos testes, por exemplo, dando aprovação emergencial para uso apenas a certos grupos.

"Nossa licença emergencial não é o mesmo que uma aprovação completa. O padrão legislativo, médico e científico para isso é que os benefícios superam os riscos em uma emergência de saúde pública", comentou.

Stephen Hahn diz estar pronto para contornar o processo estabelecido de aprovação de vacinas, mas não para agradar o presidente dos EUA.

"Não será uma decisão política", acrescentou.

Os EUA estão realizando testes clínicos de vacinas contra o coronavírus desenvolvidas por empresas como Moderna, Pfizer e AstraZeneca. Anteriormente, o presidente Donald Trump declarou que a vacina contra o novo coronavírus pode estar pronta em solo norte-americano até as eleições presidenciais de 3 de novembro.

Ocidente mudou de ideia

Falando a jornalistas, Kirill Dmitriev, diretor-geral do Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo), apontou a mudança de atitude nos países ocidentais depois das críticas iniciais ao lançamento pela Rússia em 11 de agosto da Sputnik V, a primeira vacina contra o SARS-CoV-2.

"Algumas semanas depois, o governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou a possibilidade de registro rápido da vacina britânica, e dois dias depois o comissário da FDA americana, Stephen Hahn, fez um anúncio semelhante, declarando a possibilidade de registrar a vacina antes do final da fase três dos testes clínicos."

Segundo afirmou, o mundo ocidental, "chocado com o sucesso da Rússia", teve de passar por quatro fases de reação ao inevitável: negação, raiva, depressão e, finalmente, aceitação.

© Sputnik / Vladimir Pesnya / Acessar o banco de imagensTeste da vacina russa Sputnik V contra COVID-19 no Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya
Diretor-geral do RFPI sobre registro antecipado de vacina nos EUA: 'Abordagem da Rússia é a correta' - Sputnik Brasil
Teste da vacina russa Sputnik V contra COVID-19 no Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya

"Declarações recentes mostram que alguns de nossos parceiros ocidentais já passaram o estágio de depressão, e agora foi aceito que a abordagem da Rússia é a correta."

Ao mesmo tempo, Dmitriev referiu apoiar o compromisso desses países em proteger seus próprios cidadãos, e que está comprometido em oferecer todo o apoio e especialização necessários para acelerar a aprovação de medicamentos eficazes e seguros contra coronavírus.

O Ministério da Saúde da Rússia foi o primeiro do mundo a registrar uma vacina contra o SARS-CoV-2, em 11 de agosto, desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, e produzida em conjunto com o Fundo Russo de Investimentos Diretos (RFPI, na sigla em russo).

Kirill Dmitriev, diretor-geral da organização, informou que o fundo recebeu solicitações de mais de 20 países para um bilhão de doses da vacina. Além disso, ele observou que a Rússia concordou em produzir a vacina em cinco países, com capacidade de produção de 500 milhões de doses por ano.

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