Declínio da liderança global dos EUA 'não é cíclico, mas permanente', segundo revista

© AP Photo / J. David AkeBandeira dos EUA hasteada em uma viga de aço danificada nos ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center
Bandeira dos EUA hasteada em uma viga de aço danificada nos ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center - Sputnik Brasil
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Segundo especialistas da revista Foreign Affairs, a resposta ao coronavírus, a crise econômica causada pela pandemia e o fortalecimento das fronteiras colocam em perigo a política de Donald Trump, presidente dos EUA.

Washington deve reconhecer que o mundo não está mais na década de 1990 e na primeira década do século XXI para que os EUA não estejam entre os perdedores na luta por uma nova ordem mundial, aponta a revista Foreign Affairs.

"A liderança global dos EUA não está apenas em retirada, ela está se desintegrando. E este declínio não é cíclico, mas permanente", dizem os especialistas à revista.

Embora as previsões de perda da liderança dos EUA e a mudança na ordem mundial já tivessem sido dadas há muito tempo, a diferença hoje é que as forças motrizes, que tornaram possível a hegemonia dos EUA, se voltaram contra ela. Segundo os especialistas, após um conjunto de eventos favoráveis que uma vez fortaleceu o poder dos EUA, foi iniciado um círculo de eventos que agora impulsiona sua dissolução.

Com a crescente influência de grandes potências como a China e a Rússia, projetos autocráticos e antiliberais estão competindo com o sistema liberal internacional liderado pelos EUA. Como resultado, os países em desenvolvimento não precisam mais contar com a generosidade e o apoio do Ocidente e agora podem escolher.

Hoje em dia, Moscou e Pequim desafiam diretamente os aspectos liberais do mundo através de uma variedade de instituições, órgãos e fóruns, por exemplo a União Econômica Eurasiática, o BRICS e outros nos quais eles têm grande influência e contribuem para a criação de uma ordem mundial alternativa.

Especialistas acreditam que os políticos norte-americanos podem se preparar para a ordem mundial uma vez que tenha chegado ao fim a hegemonia global. No entanto, ao ajudarem a manter o núcleo do sistema norte-americano, as autoridades americanas podem assegurar que os EUA liderem a coalizão militar e econômica global para que não estejam entre os perdedores na luta por uma nova ordem mundial.

Apesar de tudo, especialistas acreditam que Washington terá que se acostumar com uma ordem mundial cada vez mais contestada e complexa de uma forma ou outra porque nenhum montante de gastos militares pode reverter os processos que levam ao fim da hegemonia dos EUA.

"O tempo do poder em um mundo unipolar acabou e ele não voltará", concluíram os especialistas.

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