Comissão de comunicações norte-americana designa Huawei e ZTE como ameaças à segurança nacional

© REUTERS / Aly SongNova loja principal da Huawei em Xangai, China
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A ação vem em meio a contínuas restrições contra os gigantes tecnológicos chineses pelas alegações norte-americanas de que as empresas se envolveram em roubo de tecnologia e concorrência desleal.

A Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês) dos EUA designou as empresas chinesas de tecnologia Huawei e ZTE como ameaças à segurança nacional dos Estados Unidos, anunciou o presidente da comissão, Ajit Pai, na quarta-feira (30).

A FCC designou a Huawei e a ZTE como empresas que representam uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos. Como resultado, as empresas de telecomunicações não podem usar dinheiro de nosso Fundo de Serviço Universal de US$ 8,3 bilhões (R$ 45,3 bilhões) em equipamentos ou serviços produzidos ou providos por esses fornecedores.

Pai adicionou ao tweet uma versão em mandarim para garantir que Pequim recebesse a mensagem.

Ele acrescentou que a decisão foi tomada levando em conta "a contribuição do Congresso, do poder executivo, da comunidade de inteligência, aliados e prestadores de serviços de comunicação" e que a decisão foi suportada com base no "peso esmagador de evidências", não entrando em detalhes sobre as evidências.

"Tanto Huawei como ZTE têm laços estreitos com o Partido Comunista chinês e com o aparato militar chinês. E ambas as empresas estão amplamente sujeitas às leis chinesas, o que as obriga a cooperar com os serviços de inteligência do país."

"Com esta decisão, estamos enviando uma mensagem clara: o governo dos EUA, e esta FCC em particular, não pode e não permitirá que o Partido Comunista da China explore vulnerabilidades nas redes de comunicação dos EUA e comprometa nossa infraestrutura crítica de comunicações", apontou o diretor da comissão.

Empresas chinesas no mercado ocidental

Os Estados Unidos anteriormente acusaram a Huawei, a ZTE e suas subsidiárias e afiliadas de colaborar com os serviços de inteligência chineses e de usar equipamentos para fins de vigilância ilegal. Além disso, as autoridades norte-americanas alegaram que as empresas chinesas de alta tecnologia se envolveram em práticas comerciais ilegais, incluindo o roubo de tecnologia.

As empresas de tecnologia têm refutado estas alegações como injustificadas, sem provas e motivadas politicamente, acusando Washington de procurar limitar a livre concorrência no mercado.

A disputa tecnológica faz parte de um conflito mais amplo entre as superpotências econômicas, que inclui uma guerra comercial em que estão em jogo centenas de bilhões de dólares, bem como tensões geopolíticas sobre o mar do Sul da China, Hong Kong e Taiwan e reclamações de ambos os lados em relação às origens da pandemia do coronavírus.

Além das restrições nos próprios EUA, Washington tem procurado pressionar seus aliados europeus a rejeitar produtos de alta tecnologia chineses, incluindo a proposta da Huawei de se tornar uma grande fornecedora global de infraestrutura de Internet 5G de próxima geração.

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