Argentina frustra credores e prorroga mais uma vez o prazo para reestruturar a sua dívida

© AP Photo / Natasha PisarenkoPeso argentino e dólar norte-americano
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A Argentina estendeu seu prazo para reestruturar uma dívida de US$ 66 bilhões (R$ 354 bilhões) pela terceira vez até 12 de junho, em uma tentativa de melhorar sua oferta aos credores, informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (1º).

O prazo anterior expiraria na terça-feira (2), mas agora a Argentina tentará "introduzir ajustes adicionais com o objetivo de maximizar o apoio ao investidor, preservando ao mesmo tempo seu objetivo [da Argentina] de uma dívida sustentável", disse um comunicado oficial.

"A Argentina e seus consultores pretendem aproveitar essa extensão para continuar as discussões e permitir que os investidores continuem contribuindo para uma reestruturação bem-sucedida da dívida", acrescentou a nota.

A notícia chega apenas 10 dias depois que a Argentina deixou de pagar US$ 500 milhões (R$ 2,68 bilhões) em juros sobre sua dívida.

Embora a Argentina seja uma das líderes mundiais em exportação de alimentos, foi a nona inadimplência do país e a primeira desde 2001, quando devia US$ 100 bilhões (R$ 536,33 bilhões) provocando uma dolorosa crise social e econômica.

Na segunda-feira (1º), o Fundo Monetário Internacional (FMI) apoiou uma proposta revisada do governo argentino. A Argentina esteve envolvida em meses de duras negociações com credores, mas o FMI alertou que o governo tem pouco espaço para uma oferta melhor.

A oferta revisada da Argentina apresentada aos credores na semana passada "seria consistente com a restauração da sustentabilidade da dívida com alta probabilidade", afirmou o FMI em comunicado.

© AP Photo / Natacha PisarenkoPresidente argentino Alberto Fernández em Buenos Aires (foto de arquivo)
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Presidente argentino Alberto Fernández em Buenos Aires (foto de arquivo)

No entanto, a entidade afirmou que "a análise sugere que há apenas um escopo limitado para aumentar os pagamentos aos credores privados, enquanto ainda cumprimos as metas de dívida e serviço da dívida".

A Argentina declarou que uma negociação bem-sucedida "estabilizaria a economia, aliviando as restrições de médio e longo prazo" sobre a economia, "permitindo assim que a trajetória econômica do país fosse redirecionada para o crescimento a longo prazo".

Em abril, a Argentina solicitou aos detentores de títulos um período de carência de três anos no pagamento da dívida, uma redução de 62% nos juros no valor de US$ 37,9 bilhões (R$ 203,26 bilhões) e 5,4% no capital - ou US$ 3,6 bilhões (R$ 19,3 bilhões).

Isso foi rejeitado pela maioria dos credores, mas a proposta revisada implicava termos um pouco mais favoráveis, oferecendo credores na região de 45 centavos por dólar.

O país sul-americano em crise, que está em recessão há dois anos, atualmente deve US$ 324 bilhões (R$ 1,73 trilhão), o equivalente a cerca de 90% de seu PIB. Além disso, cerca de 35% de seus 44 milhões de pessoas vivem na pobreza.

A pandemia do novo coronavírus provocou uma queda de 11,5% na economia em março em comparação com o mesmo período do ano passado.

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