Inteligência dos EUA sobre coronavírus: não é criação humana nem manipulado geneticamente

© AFP 2023 / RIJASOLOLaboratório examinando testes da COVID-19 (foto de arquivo)
Laboratório examinando testes da COVID-19 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Inteligência dos EUA concluiu que coronavírus não foi criado artificialmente nem modificado geneticamente, e segue investigando se teve origem animal ou resultou de acidente em laboratório chinês.

Esta conclusão foi adiantada em comunicado do escritório do diretor da Inteligência Nacional, centro coordenador da rede de agências de espionagem dos EUA.

Amplo consenso científico

O comunicado refere que esta conclusão vai de encontro ao amplo consenso científico de que o novo coronavírus "não foi feito pelo homem ou geneticamente modificado", refere-se na declaração, citada pelo Daily Mail.

Contudo, o comunicado informa que "continuará examinando rigorosamente as informações para determinar se o surto começou através do contato com animais infectados ou se foi o resultado de um acidente em um laboratório em Wuhan".

Insinuação dos EUA

O comunicado surge na sequência de declarações de Donald Trump e de colaboradores insinuando que um laboratório de doenças infecciosas em Wuhan, o epicentro do surto chinês, foi a fonte da pandemia global que já matou mais de 230.000 pessoas em todo o mundo.

A declaração surge igualmente depois de preocupações manifestadas na mídia dos EUA por parte de analistas, que temiam que as conclusões das agências de inteligência pudessem ser distorcidas para caber em uma conclusão pré-determinada.

Nos últimos dias, a administração Trump tem aprimorado sua retórica sobre a China, acusando seu inimigo geopolítico e parceiro comercial vital de não ter feito soar em devido tempo o alarme para o mundo sobre o surto, nem agido com a rapidez suficiente para impedir a propagação do vírus que causa a COVID-19.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou ser "muito revelador", na sua ótica, que a China não tenha compartilhado as respostas.

EUA apontam dedo

Pompeo aponta o dedo para um instituto em Wuhan que é dirigido pela Academia de Ciências da China, e que tem feito pesquisas inovadoras rastreando as prováveis origens dos diversos coronavírus SARS, encontrado novos vírus em morcegos e estudado como eles poderiam pular para as pessoas.

Pompeo desafiou a China a deixar especialistas externos entrarem no laboratório "para que possamos determinar exatamente de onde este vírus começou", segundo o tabloide, relembrando igualmente as suas recentes palavras que o Instituto de Virologia de Wuhan se encontra a 13 quilômetros do mercado de frutos do mar onde tudo teria começado.

A Embaixada dos EUA em Pequim já teria sinalizado preocupações sobre possíveis problemas de segurança no laboratório de Wuhan em 2018.

Negação chinesa

Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou em 30 de abril que quaisquer alegações de que o coronavírus foi liberado de um laboratório são "infundadas e fabricadas a partir do nada".

O diplomata chinês garantiu que o laboratório implementa estritamente procedimentos de biossegurança que impediriam a liberação de qualquer patógeno.

Geng também criticou os políticos norte-americanos que sugeriram que a China deveria ser responsabilizada pela pandemia global, dizendo que eles deveriam gastar seu tempo em "controlar melhor a situação da epidemia em casa".

Tom ameaçador de Trump

Donald Trump afirmou em 29 de abril que os EUA iriam tomar medidas fortes contra a China, caso se se confirmasse que Pequim soube mais cedo da ameaça do que deu a entender e se poderia ter feito mais para deter a pandemia, referindo que isso teria consequências econômicas para a China.

Trump denunciou ainda que tendo sido sempre os EUA os maiores contribuintes da Organização Mundial da Saúde (OMS), superando a China, a OMS estava agindo como se trabalhasse para chineses, insinuando mesmo que a OMS sabia mais do que disse saber no início.

CIA entra em campo

Agências de inteligência, incluindo a CIA, receberam diretrizes da Casa Branca na semana passada para que coletassem informações sobre os primeiros dias do surto do novo coronavírus, incluindo interceptações de comunicação, relatórios de fontes humanas e revisões de imagens de satélite da China e da OMS, segundo revelaram à mídia fontes familiarizadas com as agências.

O Instituto de Virologia de Wuhan foi construído em seguimento ao surto de SARS em 2002 e 2003, que matou 775 pessoas e infectou mais de 8.000 globalmente, em uma epidemia que durou cerca de oito meses.

Iniciado o projeto em 2003, foram necessários 15 anos para concluir a construção, em uma parceria sino-gaulesa, e com o mais elevado nível de segurança, o P4, sendo o laboratório mais avançado do seu tipo na China.

O laboratório abriu oficialmente em 5 de janeiro de 2018, depois de passar por várias inspeções de segurança. Citando a mídia chinesa, o Daily Mail refere que "é capaz de pesquisar os patógenos mais mortais".

O tabloide relembra ainda as palavras em 2018 do pesquisador Zhou Peng, quando informou à época que tinha "orgulho em dizer que já estamos na vanguarda no campo do estudo do mecanismo de imunidade dos morcegos, que carregam vírus por muito tempo, mas não são infectados por eles", abrindo caminho para que se estude como combater os diversos vírus.

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