Empresas de bunkers nos EUA anunciam aumento da demanda devido à COVID-19

© REUTERS / Matt Waliszek da Orzel Photography/Bean's Cafe/HandoutColchonetes e caixas de plástico para os desabrigados em Alasca, EUA
Colchonetes e caixas de plástico para os desabrigados em Alasca, EUA - Sputnik Brasil
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A disseminação do novo coronavírus nos Estados Unidos tem alterado muitos comportamentos das pessoas, levando a maiores lucros em certos sectores, entre os quais o da construção de bunkers.

Há norte-americanos que acreditam que os bunkers são a melhor maneira de não se infectar com o novo coronavírus, algo que tem levado a uma demanda sem precedentes por esse produto. A Rising S Company, que produz as estruturas, já comentou o assunto.

"Sim, vemos um crescimento significativo tanto nas encomendas como nas perguntas sobre os nossos produtos. À medida que a situação se agrava, as pessoas começam pensando na construção de abrigos e vão investindo neles", disse Clyde Scott, fundador da companhia, à Sputnik.

O bunker de um quarto mais barato da Rising S Company custa US$ 39,5 mil (R$ 198,9 mil). A maior variante, com sauna, sala de plantas, sala de bilhar, piscina e garagem para vários carros, custa mais de US$ 8 milhões (R$ 40,28 milhões).

Segundo Scott, a atual onda de interesse na construção de bunkers e outros meios de abrigo não tem precedentes.

"Nunca antes vimos um aumento nas vendas de abrigos devido a razões médicas. Normalmente nossas vendas dependem de ações políticas que podem levar à violação de liberdades ou à agitação social", comentou o fundador.

Apesar disso, ele observa que há geralmente uma série de preocupações que se tornam razão para comprar um bunker, mas há sempre um motivo ou preocupação principal, e neste caso o coronavírus pode ter sido o "culpado".

Outra companhia

Ron Hubbard, proprietário da Atlas Survival Shelters, uma das maiores empresas de bunkers e abrigos nos Estados Unidos, partilha a mesma opinião. O custo dos produtos de sua empresa também varia de algumas dezenas de milhares a vários milhões de dólares.

© Sputnik / Kirill Kallinikov / Acessar o banco de imagensEquipamento para entrar em contato com o mundo afora é exposto no Bunker 703
Empresas de bunkers nos EUA anunciam aumento da demanda devido à COVID-19 - Sputnik Brasil
Equipamento para entrar em contato com o mundo afora é exposto no Bunker 703

"Sim, as vendas aumentaram em relação ao normal, mas o vírus só ajuda as pessoas a decidir que afinal precisam de um abrigo", disse.

"A garantia de segurança e prontidão é mais confiável do que um seguro, que só ajuda depois de você já ter sofrido perdas. Nossa decisão é, antes de tudo, evitar essa perda", disse David Davis, um representante da US Safe Room.

Segundo ele, os americanos agora "entendem melhor que a segurança, seja diante de um furacão, de um desastre natural, de uma ameaça nuclear ou biológica, é uma precaução necessária para garantir a segurança da família".

Para satisfazer estas necessidades, a gama de produtos do fabricante inclui bunkers subterrâneos e abrigos acima do solo, bem como estruturas de painéis que podem transformar até mesmo um armário ou parte de um quarto em um abrigo seguro.

Perfil dos consumidores

De acordo com Clyde Scott, a construção de bunkers é requisitada por pessoas de todas as classes sociais.

"Desde a classe trabalhadora às pessoas famosas", diz um empresário, cuja empresa trabalha sob o lema "Não vendemos medo, vendemos prontidão". Cada uma destas estruturas prontas pode custar aos clientes várias centenas de milhares de dólares, dependendo do modelo, tamanho e finalidade do abrigo.

Quanto à possibilidade de o bunker ser uma proteção eficaz contra o coronavírus, o proprietário da empresa responde afirmativamente.

"Se você está em um de nossos bunkers e não está em contato com ninguém, você simplesmente não apanha a COVID-19. Por isso, é esse o meu conselho", afirma ele à agência.

Por fim, Scott também aconselha a não ignorar os conselhos dos médicos sobre como se comportar quando o coronavírus se espalha: lavar bem as mãos, distanciamento social, não tocar o rosto com as mãos, entre outros.

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