'Mascarar a debilidade da OTAN': EUA e Canadá iniciam exercícios militares voltados para o Ártico

© Foto / Marinha dos EUASubmarinos norte-americanos USS Connecticut e USS Hartford emergem do gelo no Ártico
Submarinos norte-americanos USS Connecticut e USS Hartford emergem do gelo no Ártico - Sputnik Brasil
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EUA e Canadá realizam exercícios militares no Alasca para treinar manobras "a temperaturas extremamente baixas". Com o intuito de mostrar à Moscou que a OTAN também pode atuar no Ártico, exercícios não conseguiriam disfarças debilidade da aliança ocidental, dizem especialistas.

Em 24 de fevereiro, os EUA e o Canadá devem iniciar seus exercícios militares conjuntos no Alasca, o Arctic Edge 2020.

"O Arctic Edge 2020 é realizado a cada dois anos pelo Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte e Comando do Norte das Forças Armadas dos EUA. A sede do Comando das Forças Armadas dos EUA no Alasca será a base dos exercícios conjuntos bilaterais, que serão realizados na região do Alasca, entre 24 de fevereiro a 6 de março ", informa o Comando do Norte das Forças Armadas dos EUA.

O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, por sua vez, informou que os exercícios tem o objetivo de aprimorar "ações de defesa do Estado".

"Os exercícios Arctic Edge testam a capacidade das Forças Armadas de realizar ações táticas em temperaturas extremamente baixas, características da região do Ártico", diz a sua página oficial no Facebook.

Mais de 1000 militares de todas as forças dos EUA devem participar dos exercícios, assim como membros do Comando Militar conjunto do Canadá.

Elevação das tensões

De acordo com especialista ouvido pela RT, com os exercícios Arctic Edge, Washington quer marcar sua presença na região e provar a Moscou que é capaz de contê-la no Ártico.

"No entanto, a posição [relativa] dos EUA na região está muito enfraquecida: ao invés de concentrar suas atenções nessa área, [os EUA] se focam principalmente no Oriente Médio e na Ásia-Pacífico", explicou o especialista em assuntos de segurança da Academia de Ciências Russa, Konstantin Blokhin.

O exercício também seria uma expressão da "política e contenção" que os EUA e o Canadá conduzem em relação à Rússia, acredita Blokhin.

© AP Photo / Justin ConnaherSoldados dos EUA fazem treinamento com sapatos especiais para uso na neve, em treinamento chamado "Luz do Ártico", em 2012 (foto de arquivo)
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Soldados dos EUA fazem treinamento com sapatos especiais para uso na neve, em treinamento chamado "Luz do Ártico", em 2012 (foto de arquivo)

O analista militar Ivan Konovalov concorda. Para ele, com os exercícios, Washington e Ottawa "elevam as tensões" na região do Ártico.

"Mas eles fazem isso para mascarar a debilidade da OTAN na região. Há dois anos, a aliança conduziu exercícios massivos na Noruega, que não foram bem-sucedidos. Esses exercícios mostraram que as forças da OTAN não estão preparadas para manobras de grande escala", declarou Konovalov.

Frota de quebra-gelos

A tentativa dos EUA de melhorar o desempenho de suas tropas no Ártico esbarra em um obstáculo muito significativo, que é a ausência de frota de quebra-gelo que possa competir com a russa. De acordo com Bloxin, os EUA não irão conseguir diminuir sua desvantagem a curto ou médio prazo.

"O Polar Star, um quebra-gelo antigo, de 1976, é o único quebra-gelo de classe pesada dos EUA em operação. Washington planeja expandir sua frota pesada de quebra-gelo até 2023.", disse Bloxin.

"A Rússia possui dezenas de quebra-gelo de várias classes, além de bases técnicas flutuantes, além de estar desenvolvendo novos quebra-gelos. A Federação Russa tem uma vantagem em relação aos EUA significativa no Ártico", explicou Blokhin.

Para ele, os EUA demonstram interesse em relação à região por causa do seu potencial em recursos naturais.

© Sputnik / Alexey Danichev / Acessar o banco de imagensQuebra-gelo russo Andrei Vilkitsky no rio Neva em São Petersburgo, Rússia
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Quebra-gelo russo Andrei Vilkitsky no rio Neva em São Petersburgo, Rússia

"A questão do Ártico ganha relevância nos EUA por causa da diminuição das reservas mundiais de recursos naturais. A concorrência [por recursos naturais] entre as grandes potências está aumentando. E o Ártico é um depósito de petróleo e gás natural", explicou Blokhin.    

A Rússia, por outro lado, encara o Ártico como uma região relevante para a defesa de sua posição geoestratégica e econômica.  

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