'Aprenderam a evoluir depressa': general do Pentágono defende que EUA devem copiar Coreia do Norte

© REUTERS / Ismail ZetouniDetonação de míssil portátil terra-ar (foto de arquivo)
Detonação de míssil portátil terra-ar (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Recentemente, um general de topo dos EUA defendeu haver muito a aprender com os norte-coreanos, que progridem em seu programa armamentista malgrado a pobreza e as sanções.

Esta opinião foi manifestada pelo general americano John Hyten durante uma reunião sobre política externa dos EUA que decorreu no Centro de Estudos Estratégicos Internacionais (CSIS, na sigla em inglês).

A Coreia do Norte tem vontade de vencer

O que têm em comum Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte e o conhecido empresário americano Elon Musk? A inabalável vontade de superar todos os obstáculos e vencer, assevera John Hyten, número dois do Pentágono.

"De alguma maneira, nos últimos anos, a Coreia do Norte desenvolveu um programa de mísseis balísticos e um programa nuclear que podem ameaçar quer seus vizinhos, quer os Estados Unidos, e eles conseguiram isso", salientou no mesmo evento John Hyten, general da Força Aérea americana e vice-chefe do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas dos EUA, chamando a atenção para o fato de, mesmo sendo a 115ª economia mundial, o país ter logrado tal feito.

"Vocês querem saber o que há de peculiar na Coreia do Norte? É que eles aprenderam a avançar bem depressa", acrescentou Hyten.

Americanos temem o fracasso

Segundo o número dois das Forças Armadas dos EUA, os militares americanos abominam fracassos mas são relutantes em aprender com os erros.

"Se o ditador norte-coreano aprendeu a aceitar os insucessos, por que razão não podem os Estados Unidos aprender igualmente a aceitá-los?" questionou Hyten, acrescentado ser imperioso determinar quais as falhas, aprender com o erros e resolver as incorreções rapidamente.

Segundo Hyten, há alguns americanos que poderiam apontar o caminho, como Elon Musk e Jeff Bezos.

"Se queremos avançar rapidamente no negócio dos mísseis, temos de fazer testes rapidamente, voar rápido e aprender rápido", apontando como exemplo a empresa estadunidense SpaceX, de sistemas aeroespaciais e de serviços de transporte espacial. Segundo Hyten, apesar de alguns insucessos de monta, nunca desistiram, tendo obtido diversos êxitos desde a sua fundação em 2002.

Algumas de suas invenções recentes são, por exemplo, um sistema de reciclagem de estágios de foguetes, incluindo uma embarcação especializada com uma enorme rede para capturar as peças descartadas durante o lançamento, e um foguete portador capaz de pousar de volta na vertical.

"É isto que a Coreia do Norte tem feito – novos mísseis, novas capacidades, novas armas mais rapidamente que qualquer outro país da Terra, mesmo sendo somente a 115ª economia. Lá, rapidez é sinônimo de eficiência," acrescentou.

O general americano referiu ainda que foi a cultura de procura contínua do êxito que esteve na base do sucesso de Silicon Valley (Vale do Silício). Contudo, esforços similares de empresas militares para o desenvolvimento de novo software têm-se revelado um autêntico fiasco.

"Se derem uma olhada em cada um de nosso programas, são todos um pesadelo," opinou.

Coreia do Norte já é uma potência nuclear

Contudo, é bom notar que os programas norte-coreanos de mísseis balísticos e nucleares necessitaram de décadas para serem implementados. O Centro de Pesquisa Científica Nuclear de Yongbyon da Coreia do Norte foi inaugurado em 1962, e em uma instalação adjacente se começou processando urânio para refinamento ainda em 1980.

Apesar da perda de seu principal aliado - a União Soviética, a imposição de severas sanções e a ocorrência de catástrofes naturais sem precedentes, em 2006 esta nação socialista conseguiu testar seu primeiro dispositivo nuclear. Dez anos depois, logrou proceder ao teste de um dispositivo termonuclear.

Em 1998 testou seu próprio míssil de médio alcance, produzido com base no SS-1 soviético (SCUD, na terminologia da NATO), tendo em novembro de 2017 disparado um Hwasong-15, um míssil balístico intercontinental com alcance aproximado de 12.800 km. Desde então, Pyongyang tem vindo a testar armas de curto alcance de tecnologia aparentemente semelhante ao sistema HIMARS norte-americano.

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