Departamento de Comércio dos EUA propõe reforço de ataque à Huawei

© REUTERS / Jason LeeUm participante usa uma faixa de crachá com o logotipo da Huawei de participante na Exposição Mundial 5G em Pequim
Um participante usa uma faixa de crachá com o logotipo da Huawei de participante na Exposição Mundial 5G em Pequim - Sputnik Brasil
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Regras propostas reduzirão drasticamente os produtos contendo componentes dos EUA que foram enviados para a Huawei contornando a proibição comercial em vigor.

O governo Trump se prepara para barrar a compra pela Huawei Technologies de importantes componentes fabricados nos EUA, eliminado uma brecha que permitiu às empresas tecnológicas americanas contornar as restrições comerciais ao fazer negócios com a Huawei, relata a Reuters, citando fontes familiarizadas com o assunto.

Como é que as empresas americanas contornaram a proibição?

Em maio passado, o Departamento de Comércio dos EUA proibiu efetivamente a Huawei e suas afiliadas de comprar produtos fabricados nos EUA ou que contivessem mais de 25% de componentes de origem americana.

Isso significou que, se menos de 25% da tecnologia de um produto (um chip ou software, por exemplo) fosse originária dos Estados Unidos, ficaria fora da proibição.

Algumas empresas americanas começaram a usar essa brecha para continuar negociando com a Huawei, rotulando sua tecnologia como produzida no estrangeiro através de subsidiárias no exterior.

O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, reclamou em uma entrevista no mês passado que a Huawei estaria "incentivando abertamente as empresas a deslocalizar sua produção para o exterior para contornar o fato de termos colocado ela na lista (negra)".

O que fará agora o governo Trump?

Ross disse na mesma altura que seu departamento "sinalizou um problema com o qual estamos começando a lidar", ou seja, se esse limiar de 25% estaria correto.

Segundo a Reuters, a equipe de comércio de Trump propõe agora que esse limite de 25% seja reduzido para 10%. O rol de produtos incluídos na proibição seria também alargado, abrangendo igualmente outros bens, "como eletrônicos de consumo, incluindo chips não sensíveis".

É referido ainda que o Departamento de Comércio propôs mudanças no Foreign Direct Product Rule, regulamento que rege e estende os controles de segurança nacional para os produtos fabricados no exterior baseados em tecnologia ou software dos EUA. O alcance destas normas deve ser expandido para incluir itens de baixa tecnologia fabricados no exterior com base em tecnologia dos EUA e vendidos à Huawei.

Se aplicadas, as regras em questão reduziriam drasticamente as vendas de produtos de tecnologia dos EUA para a Huawei, o que seria mais uma forma de privar o gigante chinês das telecomunicações de tecnologia vital.

O que é que move Trump contra a Huawei?

A Huawei se tornou um símbolo da prolongada guerra comercial entre os EUA e a China, travada desde 2018 para proteger os fabricantes norte-americanos das importações chinesas mais baratas e corrigir um déficit comercial cada vez maior entre os dois países.

A administração Trump persegue a Huawei - a maior fabricante mundial de equipamentos de telecomunicações e a segunda maior produtora de celulares – desde o ano passado, alegando sem provas concretas que a empresa poderia ajudar o governo chinês a espionar outros países e empresas que usam seus dispositivos. A Huawei insiste que é independente do governo e que seus produtos não representam riscos à segurança cibernética.

Além de cortar o acesso da Huawei ao mercado de tecnologia americano, Trump também defendeu que se impeça o acesso às redes de quinta geração (5G), uma tecnologia promissora que fornece conexão à Internet até 100 vezes mais rápida do que a existente.

Alguns aliados dos EUA, incluindo o Japão e a Austrália, cederam às pressões estadunidenses e proibiram o uso de equipamentos da Huawei, mas outros como a Alemanha e, mais recentemente, o Brasil, se opuseram ao movimento.

Apesar das medidas dos EUA para impedir seus negócios e sua presença à escala global, a Huawei anunciou no mês passado que suas vendas aumentaram cerca de 18% em 2019, para um recorde de US $ 120 bilhões. A empresa previu, no entanto, que 2020 seria um ano difícil por causa das sanções americanas e que a sobrevivência será sua "primeira prioridade".

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