Morte de Soleimani é parte de 'estratégia maior', afirma Pompeo

© REUTERS / Erin ScottSecretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo (foto de arquivo)
Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, referiu que o general iraniano foi morto no Iraque como parte de uma "estratégia maior", e não por ser uma ameaça iminente, como referiu previamente.

Mike Pompeo afirmou na segunda-feira (13) que o general iraniano Qassem Soleimani foi morto como parte de uma estratégia alargada de dissuasão de desafios por parte de inimigos, que inclui Moscou e Pequim, contrariando sua afirmação anterior de que ele estava planejando ataques a alvos norte-americanos, relata o jornal The Guardian. 

"A importância da dissuasão não está confinada ao Irã", disse o secretário de Estado dos EUA. "Em todos os casos, temos de dissuadir os inimigos para defender a liberdade. Esse é o objetivo do trabalho do presidente Trump para tornar nossas forças militares as mais fortes de sempre [...] Estamos restaurando credibilidade à dissuasão".

"O presidente Trump e nós na sua equipe de segurança nacional estamos restabelecendo a dissuasão, a verdadeira dissuasão, contra a República Islâmica do Irã. O seu adversário deve entender não apenas que você tem a capacidade de impor custos, mas que está de fato disposto a fazê-lo", argumentou Pompeo, acrescentando que as sanções norte-americanas que afetaram a economia iraniana levaram à "maior posição de força em relação ao Irã que já 

Estratégia geral

Relativamente à estratégia de dissuasão aplicada a outros países, Mike Pompeo citou a retoma de ajuda militar letal à Ucrânia para "defesa contra separatistas apoiados pela Rússia", a retirada por Trump do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) com Moscou e os testes de um novo míssil de cruzeiro de alcance intermediário dos EUA.

Quanto à China, ele apontou o aumento dos exercícios navais de Washington no mar do Sul da China, em resposta à militarização pela China de ilhas em disputa, e a imposição de tarifas às importações chinesas como aspectos da estratégia de dissuasão da administração.

Ideias contrárias

As afirmações da administração de Donald Trump sobre a iminente ameaça de ataques iranianos a alvos dos EUA antes do ataque com drone em Badgá foram contestadas previamente por democratas e alguns republicanos. O secretário da Defesa, Mark Esper, afirmou que não tinha visto qualquer alerta de inteligência sobre eventuais ataques iranianos. 

O premiê canadense, Justin Trudeau, comentou o caso dizendo que as vítimas do jato abatido pelo Irã ainda estariam vivas se não fosse a recente escalada de tensões parcialmente desencadeada pelos EUA, acrescentando que, embora a comunidade internacional tivesse referido a necessidade de um Irã não-nuclear, o mesmo se aplicava à "gestão das tensões na região que são provocadas também pelas ações dos EUA".

O primeiro-ministro do Canadá também disse que teria "obviamente" gostado de receber um aviso de Washington sobre o ataque de drone a Soleimani, mas não o recebeu. "Os EUA tomam suas determinações. Nós tentamos trabalhar como uma comunidade internacional nas grandes questões, mas às vezes os países tomam medidas sem informar seus aliados."

O próprio Mike Pompeo não mencionou no seu discurso previamente planejado a ideia que matar o militar mais importante do Irã era necessário para evitar ataques a alvos norte-americanos, apenas referindo isso em resposta a uma pergunta da audiência no Instituto Hoover da Universidade de Stanford, Califórnia.

O presidente dos EUA chegou a dizer posteriormente ao ataque que "realmente não importa" se Soleimani representava uma ameaça iminente.

Rescaldo das tensões

A morte do general Qassem Soleimani em 3 de janeiro por um drone norte-americano levou à subida de tensões na região.

Em resposta, na quarta-feira (8) Irã atacou duas bases dos EUA no Iraque sem vítimas mortais, algo que foi visto como uma tentativa de evitar uma espiral de escalada. Horas depois, a Guarda Revolucionária Iraniana abateu um avião Boeing de passageiros, matando 176 pessoas, algo que o presidente iraniano Hassan Rouhani chamou de "erro humano".

Em 5 de janeiro, o parlamento iraquiano passou uma resolução ainda não-vinculativa que exige que todas as tropas estrangeiras abandonem o país. Em resposta, alguns países, incluindo os EUA, já retiraram contingentes de tropas do Iraque.

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