Conflitos armados e bombardeamentos podem voltar à ordem do dia na Colômbia, disse especialista em negociações Henry Acosta.
O acordo negociado entre o governo colombiano e as FARC em 2016, que colocou fim ao conflito que vitimou mais de 260.000 pessoas, enfrenta diversos problemas.
Por isso, aumenta o número de militantes das FARC que rejeitam a desmobilização e pressionam por mudanças constitucionais para modificar o status quo político e econômico.
"É um risco considerável, porque [os dissidentes] disseram que não irão travar batalhas convencionais, mas partir para a estratégia de guerrilha urbana. Se não haverá batalha, haverá bombardeamentos em zonas urbanas", disse Acosta à Reuters.
Desde a posse de Iván Duque Márquez, setores das FARC, que haviam abandonado a luta armada para se tornar um partido, ficaram insatisfeitos com a não implementação do acordo por parte do governo e decidiram voltar à luta armada.

Para Acosta, há indícios de que "2020 irá marcar o início das operações que [os dissidentes] estão anunciando". O negociador lamentou que a reintegração dos 13.000 ex-guerrilheiros na sociedade esteja sendo tão vagarosa.
Os comandantes da facção dissidente das FARC, estimados em cerca de 2.500 combatentes, anunciaram coordenação com a guerrilha Exército de Liberação Nacional (ELN), cujas negociações de paz com o governo em 2016 não atingiram resultados.
"A Colômbia está muito próxima de uma segunda guerra ou segundo conflito", afirmou o negociador de paz, dizendo que os alvos prioritários dos ataques devem ser propriedades de políticos ou empresas estatais.
Acosta acrescentou estar disposto a abrir canais de comunicação entre o governo e os dissidentes e pediu às partes que evitem o aumento de tensões.
"Não há necessidade de começar o derramamento de sangue para saber que é necessário sentar e negociar. Cada gota de sangue derramada é desnecessária. É recomendável e necessário que o Estado e a liderança dessa nova dissidência se sentem para conversar."
Em 2016, o governo da Colômbia e as FARC assinaram acordo de paz. Em 2017, a guerrilha iniciou o processo de desmobilização e se transformou em um partido político. Nos últimos anos, no entanto, as FARC denunciam que assassinatos de seus ex-membros pelas forças de segurança do Estado são recorrentes. Em setembro de 2019, grupo do novo partido anunciou a sua dissidência e retorno à luta armada.
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