Como EUA conterão Rússia e China reduzindo presença militar na África e América Latina?

© AFP 2023 / Stefan HeunisSoldado vigia tanques norte-americanos entregues às Forças Armadas da Nigéria (foto de arquivo)
Soldado vigia tanques norte-americanos entregues às Forças Armadas da Nigéria (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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Em deliberações sobre reposicionamento global de tropas para conter Rússia e China, Pentágono decide retirar tropas do oeste africano e estuda fazer o mesmo na América Latina, informou New York Times.

O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, estuda propostas para reduzir, ou mesmo retirar completamente, tropas norte-americanas do oeste da África, na primeira fase do plano de ambicioso reposicionamento militar.

As discussões incluem a possibilidade de abandonar uma base de drones recém-construída no Níger, que teria custado US$ 110 milhões (cerca de R$ 449 milhões) aos cofres norte-americanos, assim como reduzir a cooperação militar com a França na luta contra militantes em Mali, Níger e Burkina Faso.

"Começamos um processo de revisão, no qual eu analiso todos os cenários, procurando entender quais são os requisitos que estabelecemos para assegurar que seremos o mais eficientes possível com as nossas forças", explicou Esper a repórteres.

De acordo com o jornal norte-americano, o objetivo é abandonar a chamada "guerra ao terror", iniciada pelos EUA após os ataques de 11 de setembro, e adotar estratégia de contenção de grandes potências militares, como Rússia e China.

Cerca de 200 mil tropas norte-americanas estão posicionadas ao redor do mundo, número que pouco variou desde a posse do presidente Trump. Durante campanha, o atual presidente americano havia prometido terminar as "guerras intermináveis" conduzidas pelos EUA.

© AFP 2023 / SeyllouSoldados senegaleses participam de treinamento militar conjunto com os EUA (foto de arquivo)
Como EUA conterão Rússia e China reduzindo presença militar na África e América Latina? - Sputnik Brasil
Soldados senegaleses participam de treinamento militar conjunto com os EUA (foto de arquivo)

As primeiras medidas em relação à África devem ser executadas a partir de janeiro. A missão dos EUA na região, de acordo com o jornal, é combater grupos ligados ao extremismo religioso, como Boko Haram, filiais da Al-Qaeda e do Daesh (organizações terroristas proibidas na Rússia e demais países). 

A medida foi mal recebida pela França, aliada militar dos EUA, que mantém 4.500 tropas na região. Os franceses dependem das forças norte-americanas em áreas como inteligência, logística e reabastecimento aéreo - operações que custam cerca de US$ 45 milhões (cerca de R$ 183 milhões) por ano.

© AFP 2023 / Joel SagetPiloto francês em frente ao Eurocopter EC665 Tiger, na base aérea de Pau, na França, antes de embarcar para o Mali (foto de arquivo)
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Piloto francês em frente ao Eurocopter EC665 Tiger, na base aérea de Pau, na França, antes de embarcar para o Mali (foto de arquivo)

O secretário de Defesa deu o prazo até o fim de janeiro para que o Comando dos EUA na África apresente planos de retirada. Fontes ouvidas pelo jornal apontaram que, em seguida, poderia haver redução similar na América Latina.

Para evitar os cortes programados por Mark Esper, o Comando do Sul dos EUA, responsável pelas operações na América Latina, criou uma newsletter para divulgar suas ações na região. Recentemente, reportaram a participação norte-americana nas operações de busca de aeronave no Chile e realização de exercícios militares com tropas do Panamá.

© REUTERS / Mary F. CalvertSecretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, testemunha perante o Congresso
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Secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, testemunha perante o Congresso

Os Estados Unidos mantém entre 6.000 e 7.000 tropas na África, concentradas na África Subsaariana e na região do Chifre da África, onde estão localizados países como Somália e Djibuti.

Anteriormente, o Secretário de Estado dos EUA havia declarado intenção de reduzir o número de tropas no Afeganistão e Iraque.

Ademais, o Pentágono solicita aumento da contribuição financeira de aliados para custear a mobilização de tropas norte-americanas. Recentemente, negociações nesse sentido com a Coreia do Sul fracassaram após os EUA demandarem aporte anual de US$ 5 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões) a Seul.

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