Vem à tona 'verdade ocultada' pelos Estados Unidos sobre intervenção no Afeganistão

© REUTERS / Tom BrennerO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realiza um discurso às tropas norte-americanas da base aérea de Bagram, no Afeganistão. A visita no Dia de Ação de Graças, 28 de novembro de 2019, foi surpresa e restabeleceu negociações com o Talibã.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realiza um discurso às tropas norte-americanas da base aérea de Bagram, no Afeganistão. A visita no Dia de Ação de Graças, 28 de novembro de 2019, foi surpresa e restabeleceu negociações com o Talibã. - Sputnik Brasil
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Desde o começo da intervenção no Afeganistão, as autoridades norte-americanas ocultaram provas que demonstram a falta de progresso ao longo dos quase 20 anos de guerra, afirmaram jornalistas do jornal The Washington Post.

"Altos funcionários norte-americanos ocultaram a verdade sobre a guerra no Afeganistão durante os 18 anos da campanha. Fizeram declarações ingênuas, que sabiam que eram falsas, e ocultaram evidências inequívocas de que a guerra se convertera em algo impossível de ganhar", relata o jornal.

Graças à Lei de Liberdade de Informação do país, o diário obteve acesso a duas mil páginas de materiais inéditos que cobrem as presidências de George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump, e entrevistas de dezenas de empregados da Casa Branca e do Pentágono, após duas ações judiciais contra a Inspeção Geral Especial para a Reconstrução do Afeganistão (SIGAR, na sigla em inglês) por ocultação de informações.

John Sopko, diretor da SIGAR que conduziu as investigações, reconheceu em declarações ao jornal que os documentos mostram que "mentiram constantemente ao povo norte-americano".

The Washington Post menciona que as estatísticas foram distorcidas propositalmente para que parecesse que os Estados Unidos estavam ganhando a guerra.

© AFP 2023 / Ed JonesContingente militar dos EUA no Afeganistão
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Contingente militar dos EUA no Afeganistão
"Cada ponto dos dados foi alterado para apresentar a melhor imagem possível", disse Bob Crowley, coronel do Exército que serviu como assessor principal dos comandantes militares dos Estados Unidos, na área de contrairsurgência, em 2013 e 2014.

Desde 2001, o Departamento de Defesa, o Departamento de Estado e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional gastaram ou consignaram entre US$ 934 bilhões e US$ 978 bilhões.

"Não temos uma compreensão completa do Afeganistão, não sabemos o que estamos fazendo", disse em 2015 Douglas Lute, general de três estrelas do Exército que serviu durante as Administrações Bush e Obama.

O jornal norte-americano decidiu publicar os documentos agora, em vez de esperar a decisão final da corte, para "informar o público enquanto a Administração Trump está negociando com os talibãs e considerando a possibilidade de retirar os 13.000 militares norte-americanos que permaneceram no Afeganistão".

Em 28 de novembro, Trump chegou ao Afeganistão em uma visita não anunciada, tendo declarado a possibilidade de chegar a um acordo com os talibãs. Além disso, também confirmou que pretender reduzir o efetivo de soldados norte-americanos no país a cerca de nove mil.

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