O Registro Público de Pessoas e Entidades Ligadas a Atos de Terrorismo e Seu Financiamento foi formalmente criado em 17 de julho de 2019 por decreto assinado pelo presidente Macri e sua ministra da Segurança, Patricia Bullrich. A medida foi apresentada na ocasião do aniversário do ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) antes da visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a Buenos Aires.
Embora não o tenha mencionado especificamente, o mecanismo incluiu a organização Hezbollah, implicada pela Justiça argentina no ataque à AMIA em 18 de julho de 1994.
A inclusão de indivíduos ou organizações no registro permite a "identificação confiável" de seus membros, além de congelar os ativos financeiros de todas as possíveis partes envolvidas.
Influências a favor e contra o registro
A resolução foi questionada no momento pela comunidade árabe da Argentina. Em julho, o analista internacional Galeb Moussa, ex-presidente da Federação das Entidades Argentino-Árabes de Buenos Aires, disse que "ninguém tem provas para declarar o Hezbollah como organização terrorista".
O analista também apontou a influência da diplomacia norte-americana e israelense sobre os governos da Argentina, Paraguai e Brasil, que em meados de 2019 também acabaram por designar o Hezbollah como "terrorista".
Em meio à transição, a política de segurança de Alberto Fernández poderia significar uma viragem de rumo, caso a antropóloga social e pesquisadora do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (Conicet) Sabina Frederic seja nomeada como chefe da pasta de Segurança.

Recentemente, a possível governante se manifestou contra a Argentina ter incluído o Hezbollah no registro.
"É comprar um problema que não temos. Foi uma exigência dos Estados Unidos ao governo [argentino]. O terrorismo é um problema da OTAN, não é nosso", disse ela em entrevista à Ámbito.com.
A questão havia sido abordada no final de novembro pelo próprio Alberto Fernández em uma reunião que manteve com o embaixador de Israel na Argentina, Galit Ronen. Embora não houvesse confirmação oficial do conteúdo da reunião, a mídia argentina informou que o presidente eleito transmitiu ao diplomata sua intenção de remover a organização libanesa da lista de terroristas.
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