Munição contra manifestantes: balas de borracha geram polêmica após proibição no Chile

© REUTERS / Rodrigo GarridoBala de borracha usada em protestos no Chile
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Os Carabineros do Chile (força semelhante a uma polícia militar) anunciaram a decisão de suspender o uso de fuzis com balas de borracha após a divulgação de estudos científicos comprovando que estas balas não são constituídas completamente de borracha, mas também de alguns metais.

Maior Rozas, diretor geral dos Carabineros, comunicou a imprensa: "Como uma conduta de prudência, foi ordenada a suspenção do uso desta munição não letal como ferramenta para conter distúrbios, e somente poderá ser usa da mesma forma que uma arma de fogo, como media extrema".

Uma grande número de manifestantes saíram feridos suspostamente pelos disparos das balas de borracha durante os fortes protestos que o país tem vivo nas últimas semanas.

Portanto, o Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Chile decidiu efetuar um estudo sobre os projéteis usados, determinando que somente 20% do material era de fato borracha, sendo que o restam eram metais e outros compostos como sílice, sulfato de bário, além de chumbo.

O Instituto Nacional de Direitos Humanos do Chile apresentou 346 ações judiciais contra os Carabineros pela atuação durante os protestos.

© REUTERS / Ivan AlvaradoFeridas de uma participante de protestos no Chile
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Feridas de uma participante de protestos no Chile

As mobilizações em massa no Chile começaram em 14 de outubro pós o aumento das passagens de metrô no país, ganhando força com outras pautas como: o custo de vida, saúde, pensões e educação.

"Coletes amarelos"

Esta decisão poderia ter um eco na França, onde o atirador de balas de borracha LBD 40 ainda é usado pelas forças de ordem durante as manifestações dos "coletes amarelos", apesar das polemicas associadas ao seu uso.

O caso da França foi mencionado recentemente pelo senador chileno Rodrigo Galilea para justificar a utilização do LBD no Chile, julga que a munição é uma forma "institucional" de retirar países "democráticos" de uma crise. "Evidentemente, o presidente Macros deve fazer um apelo à polícia e ao exército [...] Ninguém deseja fazer isso, mas ele deve fazê-lo. O presidente Pinera também, pois seu dever fundamental é a segurança", acentuou o senador antes de concluir que a solução também deve ser política, segundo o canal RT.

Hong Kong

Em paralelo aos eventos ocorridos no Chile e França, a munição não letal usada pela polícia de Hong Kong também tem se tornado objeto de discussão por parte da sociedade civil.

 A região especial chinesa também enfrenta fortes protestos de uma juventude que teme pela perda da autonomia de Hong Kong. Desde junho passado, o arquipélago de ilhas vive uma onda de protestos que iniciaram com um projeto de lei que possibilitaria a extradição de presos para a China continental.

 

© REUTERS / Tyrone SiuForças de ordem contêm manifestantes em Hong Kong
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Forças de ordem contêm manifestantes em Hong Kong

Como resultado dos embates cada vez mais violentos entre os manifestantes e as forças de ordem, o número de casos de feridos pelas balas de borracha tem aumentado constantemente. O governo chinês busca conter a situação sem se envolver diretamente, para evitar um aumento ainda maior do descontentamento popular.

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